20.04.2013 Views

ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

egionais (UNECA, 2002), valores esses que são de ordem política e económica. E<br />

estas questões têm a ver com o mo<strong>do</strong> como ca<strong>da</strong> país tem organiza<strong>do</strong> o seu sistema<br />

económico e político, o mo<strong>do</strong> como funciona a economia e o modelo de participação<br />

política e cívica <strong>da</strong> população. Neste senti<strong>do</strong>, Haefliger (2001) considera que "the<br />

intellectual pan-Africanism of the 50s was soon overtaken by the interests of national<br />

elites, who realized that it would not only be simpler - and probably more peaceful-<br />

to accept the colonial fragmentation of the continent, but also more lucrative, inview<br />

of the offices and privileges provided by a greater multiplicity of nation-sates". E<br />

interroga-se: "how then should a sense of common identity be generated in Africa, of<br />

a11 places?".<br />

Se a questão <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de acabou por se revelar secundária no processo de<br />

integração regional, o problema <strong>do</strong> poder, quer a nível nacional quer regional, tem<br />

esta<strong>do</strong> sempre presente. Não apenas o poder político mas igualmente, ou na maior<br />

parte <strong>do</strong>s casos, o poder económico.<br />

A diferença de níveis de desenvolvimento entre os países que constitutem os<br />

agrupamentos regionais africanos é uma <strong>da</strong>s suas características. Por outro la<strong>do</strong>, a<br />

semelhança <strong>da</strong>s suas estruturas económicas, bastante extroverti<strong>da</strong>s para o merca<strong>do</strong><br />

mundial e basea<strong>da</strong>s na exportação de matérias-primas, confere-lhes uma diminuta<br />

complementari<strong>da</strong>de regional, transferin<strong>do</strong> a concorrência para o mesmo sector no<br />

merca<strong>do</strong> mundial. Isto significa pelo menos <strong>do</strong>is problemas: por um la<strong>do</strong>, quaisquer<br />

medi<strong>da</strong>s de liberalização comercial intra-regional afecta o principal, ou um <strong>do</strong>s<br />

principais, meios de arreca<strong>da</strong>ção de receitas para o orçamento de Esta<strong>do</strong>, isto é, as<br />

receitas aduaneiras; por outro, <strong>da</strong><strong>da</strong> afalta de dinâmica económicaintemaem grande<br />

número de países africanos, aqueles que à parti<strong>da</strong> apresentavam estruturas econó-<br />

micas mais diversifica<strong>da</strong>s (nomea<strong>da</strong>mente a industrial), contan<strong>do</strong> com a existência<br />

de uma classe empresarial nacional e com estabili<strong>da</strong>de política e institucional, têm<br />

podi<strong>do</strong> beneficiar mais <strong>do</strong> processo de integração regional. No fun<strong>do</strong>, a polarização<br />

<strong>do</strong>s benefícios assentuou-se.<br />

Quan<strong>do</strong> países há, como atrás jáfoi indica<strong>do</strong>, em que 50% <strong>da</strong>s suas receitas fiscais<br />

provêm <strong>da</strong>s receitas aduaneiras, quaisquer diminuições representam um pesadelo<br />

para as fianças públicas e para o desenvolvimento <strong>do</strong> país30. É aqui que entram em<br />

jogo os 'mecanismos de compensação' financeiros. Ora a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s organizações<br />

económicas regionais africanas tem evidencia<strong>do</strong> a extrema dificul<strong>da</strong>de que tais<br />

medi<strong>da</strong>s compensatórias sejam efectivamente realiza<strong>da</strong>s, o que pode ser causa para,<br />

a partir de certo momento, assistir-se a um abran<strong>da</strong>mento no empenhamento <strong>do</strong>s<br />

países nas organizações. Em limite, esta questão pode levar ao seu fim. Badi (1993:<br />

123) chama a atenção para isto mesmo referin<strong>do</strong> os casos <strong>da</strong> UDEAC, UEAC e <strong>da</strong><br />

CEA. Assim, não é de estranhar que, por exemplo, Haefliger (2001) seja de opinião<br />

que o protocolo de comércio na SADC, ao prever tantas excepções à liberalização<br />

jD HAEFLIGER (2001) indica que, em média, as países africanos dependem em 113 <strong>da</strong>s receitas<br />

aduaneiras no total <strong>da</strong>s receitas &cais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!