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ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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RACISMO, NEO.RACISM0 E ANACRONISMO cIEM~FICO<br />

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i 163<br />

É uma evidência no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s seres vivos que a super-especialização orgânica<br />

é um caminho sem regresso. As linhas puras não têm futuro. To<strong>da</strong> a dinâmica evolutiva<br />

é de permuta de informação genética (reprodução sexua<strong>da</strong>) e de troca de invenções e<br />

a<strong>da</strong>ptações culturais.<br />

Aglobalização actual está a acelerar o processo, jámuito óbvio em muitas regiões,<br />

de muitos países assumirem ca<strong>da</strong> vez mais que são multiculturais e multiétnicos. Se<br />

os meios modernos de comunicação permitem aos grupos emigra<strong>do</strong>s manter laços<br />

fortes com o país de origem e assim evitar a assimilação ou seja a completaintegração<br />

e total apagamento <strong>do</strong> grupo, e essa é uma preciosa conquista <strong>do</strong> nosso tempo, é por<br />

outro la<strong>do</strong> fun<strong>da</strong>mental que não se favoreçam os mecanismos que levam ao integrismo<br />

activo (por iniciativa <strong>do</strong> grupo minoritário) ou reactivo (como defesa à hostili<strong>da</strong>de<br />

exterior). A antropologia pode e deve desempenhar um papel operante no estu<strong>do</strong><br />

destes grupos com o objectivo declara<strong>do</strong> de facilitar uma integração cooperativa,<br />

sadia, criativa que evite tanto o integrismo isolacionista como a desintegração<br />

assimilacionista.<br />

Se <strong>hoje</strong> ninguém pode aceitar a ideia <strong>da</strong> assimilação «tout courtn que defendia<br />

que um grupo, «porque inferior e minoritário, se integrasse no outro superior e<br />

maioritário*, também é óbvio que os neo-racismos se afirmam no contexto<strong>do</strong>s grupos<br />

não integra<strong>do</strong>s queno limite, estan<strong>do</strong> fora de to<strong>da</strong>s as formas cooperativas,acabariam<br />

por desaparecer.<br />

O equívoconeo-racistanão tem futuro mas pode entretanto fazer muitos estragos,<br />

sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> os reflexos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> semostram activos comono caso <strong>da</strong><br />

invenção de três raças para classificar as actuais populações angolanas.<br />

3. Anacronismo cientqico ou «a raça <strong>do</strong> talvez* (em<br />

Angola)<br />

«Trngo cin isiia o iiicoscilidveleesfe éo JII~II<br />

~itotor. NILIII ir~iiverso de si111 e lifio, brnlico<br />

ou tzegro, eu represetito o tnlvez. Tnlvez é<br />

aio pnrn qrreiii quer ouvir siin c sigizificn<br />

siiit pnrn qriel>i quer ozrvir iiio». (Pepeteln<br />

Mnyoit~be 1993, p. 14).<br />

A facili<strong>da</strong>de com que em pouco tempo se passou de um racismo epidérmico<br />

(ten<strong>do</strong> por essência referencial a oposição <strong>da</strong>s cores branco/negro) ao racismo cultural<br />

(neo-racismo) em que o aparente zelo pela preservação <strong>da</strong>s diferenças culturais <strong>do</strong><br />

outro leva à recusa prática desse mesmo outro, suscita a discussão, umavez mais, <strong>do</strong><br />

que é afinal a raça.

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