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ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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O homem que devia fazer grande mnchnnzbn de sicsteiztos depois de ser termiiin<strong>do</strong> obrign<br />

voltar pnrn Guncè sem trntnr izndn de mnchnnzbn nenz dn pnlhotn.<br />

Estoic n ver que hb-de suceder como sucedetc nos nnos pnssn<strong>do</strong>ç porque o honzem nfricnno<br />

gernlnzeizte <strong>da</strong> minhn terra niio hnbiticnnzos viver por meio de comprns nzns sinl dn própria<br />

mnchnmbn.<br />

Além disso temos unzn mina Morricn os homeiis que lh trnbnlhnm-se por dificicldnde<br />

ntcsentnr 1 oi~ 2 dins seiviço qimn<strong>do</strong> ele lb clzegnr sío qiceixn<strong>do</strong>s e di pnlmntórins e ptcrrndns e<br />

obrign trnbnlhnl.3 senznnns degrnçn e ele é qttegnnhn nqicele dinheiro. Mnizdn polícins ngnrrnr<br />

ns gnlinhns, 1111 povonçiio sein conzprnr e os <strong>do</strong>iiosficnin n clzornr e o povo encheu de tristeza<br />

sobre »zzritns oirtrns injirçtiçns que ele faz e esti cheios cins promessas e festas que hnverío<br />

qzcniz<strong>do</strong> ele for transferi<strong>do</strong> esse ndnzinisfrn<strong>do</strong>r é mnic nssim é bom? Seizhor Director.<br />

Dir-se-á que moçambicanos houve, muito antes, que puderam comunicar com o<br />

grande público, inclusive através <strong>da</strong> imprensa. E que o fizeram de uma maneira supe-<br />

rior6.<br />

O que é inédito, neste caso, é que se pode falar de um fenómeno de massas em<br />

que umnúmero alarga<strong>do</strong> de moçambicanos (moçambicanos nvnlzt IR lettre ten<strong>do</strong> como<br />

traço de união a Língua Portuguesa? - moçambianos com a consciência de moçam-<br />

bicanos?) se abalançou a comirnicar com o público de uma forma massiva, na língua<br />

em cuja escrita se iniciava.<br />

Pelo que tenho vin<strong>do</strong> a afirmar não se infira que remeto a valoração <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cu-<br />

mentos referi<strong>do</strong>s para a exclusivi<strong>da</strong>de sociológica. Não somente a psicolinguística e<br />

a sociolinguística como a linguística em geral têm aqui um enorme campo de<br />

investigação.<br />

Relativamente aos textos em causa, para além <strong>do</strong>s aspectos evidencia<strong>do</strong>res de<br />

uma visão <strong>do</strong> outro que se não remete ao simplismo <strong>da</strong> valoração comportamental,<br />

não posso deixar de pôr em destaque o eleva<strong>do</strong> grau <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de com que inicia<strong>do</strong>s<br />

de fresca <strong>da</strong>ta utilizam a Língua Portuguesa dela extrain<strong>do</strong> desenhos de esta<strong>do</strong>s de<br />

espírito a que não são alheios a ironia profun<strong>da</strong> e às vezes mesmo a teatrali<strong>da</strong>de<br />

envolvente. Na escrita propriamente dita salientaria a alegria <strong>do</strong> exercício. De meio<br />

de expressão e de comunicação a escrita transporta-se assim a uma categoria em que<br />

O lúdico e o sagra<strong>do</strong> vão de mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s. É a pessoa que se realiza, superan<strong>do</strong>-se.<br />

Que a temática se revista pre<strong>do</strong>minantemente de cariz sociológico leva-nos isso<br />

a acreditar que estamos perante uma socie<strong>da</strong>de cujos indivíduos não foram ain<strong>da</strong><br />

mentalmente e totalmente subverti<strong>do</strong>s pelo liberalismo economicamente <strong>do</strong>minante.<br />

(Aliás liberalismo coxo <strong>do</strong> qual apenas eram visíveis os piores aspectos <strong>do</strong> capitalismo).<br />

Mas a língua se está então a ser factor de alguma aproxima~ão <strong>da</strong> classe <strong>do</strong>minante e<br />

se por isso mesmo é tão entusiasticamente cultiva<strong>da</strong>, tal aproximação não vai no<br />

Desde o inicio <strong>da</strong> século XX tinha havi<strong>do</strong>, em LourenGo Marques, capital <strong>da</strong> colónia, uma imprensa<br />

de africanos, nomea<strong>da</strong>mente os jornais. "O Africano" e "O Bra<strong>do</strong> Ah.icana". Essa imprema era redigi<strong>da</strong><br />

por africanos ilustra<strong>da</strong>s e o seu público restringia-se a uma elite africana.

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