Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
valores compreendidos entre 103,2 e 170,8 mg EAG/100g, portanto, uma variação<br />
de 66%. Não se identificou nenhum clone que simultameamente fosse mais rico em<br />
polifenóis e fibra total.<br />
A natureza e os valores em polifenóis das plantas dependem de vários factores, a<br />
saber: a variedade, o clima (temperatura e luz), os parâmetros fisiológicos (a idade dos<br />
orgãos e o seu estádio de maturação), as práticas culturais (fertilização e irrigação) e<br />
as condições de armazenamento (Macheix et al., 2006, pp. 22-23; AFSSA, 2003, p. 46;<br />
Camp et al., 2002, p. 444).<br />
Quadro 5. Influência da proveniência dos clones de Bravo s/Pajam2 na riqueza em<br />
fibra total, expressa em g/100g de parte edível em maçãs sem casca<br />
Valores médios<br />
Clones<br />
Clones em maçãs sem<br />
casca<br />
Oliv.<br />
Hospital<br />
Gouveia Mangualde Melo<br />
264 (EAV) 1,76 NS NS NS NS<br />
Oliv.Hospital 1,66 NS NS NS<br />
Gouveia 1,80 NS NS<br />
Mangualde 1,29 NS<br />
Melo 1,08<br />
A acção dos factores externos, quer bióticos, quer abióticos, passa por intermédio<br />
da activação ou repressão dos genes que controlam a biosíntese das enzimas do<br />
metabolismo fenólico, quer dizer, dependem do genoma característico de cada variedade<br />
(Macheix et al., 2006, p.18). Os compostos fenólicos acumulados são primeiro que tudo<br />
uma carcterística de determinada variedade (Macheix et al., 2006, p. 22). O homem<br />
pode assim escolher as variedades cuja composição fenólica, quantitativa e qualitativa,<br />
mais lhe interessa para a sua alimentação (Macheix et al., 2006, p. 26).<br />
Os polifenóis, a que acabamos de nos referir, as vitaminas C e E e os carotenóides<br />
são os principais compostos bioactivos responsáveis pela actividade antioxidante das<br />
maçãs, com reconhecido interesse na prevenção de doenças relacionadas com o stress<br />
oxidativo, questão já referida anteriormente. No próximo ponto far-se-á a caracterização<br />
da actividade antioxidante de 17 maçãs das Beiras.<br />
Actividade antioxidante<br />
O stress oxidativo, resulta da formação e acção das espécies reactivas de oxigénio<br />
(ROS - Reactive Oxygen Species), as quais são produzidas essencialmente a nível<br />
celular, surgindo durante o próprio metabolismo da célula (respiração aeróbia). Também<br />
a exposição a determinados agentes agressores externos, como é o caso da poluição<br />
ambiental, o fumo do tabaco, toxinas, radiações, etc., pode conduzir à acumulação de<br />
radicais livres no organismo.<br />
As principais espécies reactivas de oxigénio, que geralmente reagem com as<br />
macromoléculas biológicas (proteínas, lípidos e DNA), são as seguintes: anião<br />
•<br />
superóxido (O -), peróxido de hidrogénio (H2O ), radical hidroxil (OH 2<br />
2 • ), radical peroxil<br />
(ROO • ) e singuleto de oxigénio ( 1O ). O organismo apresenta um sistema de defesa<br />
2<br />
antioxidante que permite eliminar as ROS, como é o caso das enzimas antioxidantes<br />
•- SOD e Catalase que convertem, respectivamente, os radicais O e H2O , em espécies<br />
2<br />
2<br />
não reactivas. No entanto, este sistema não é 100% eficiente.<br />
126