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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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DA PRODUÇÃO AO CONSUMO:<br />

BREVE ANÁLISE DO MERCADO NACIONAL DE PERAS E MAÇÃS<br />

Jorge Moreira, Isabel Dinis e Orlando Simões<br />

Resumo<br />

As análises de mercado podem constituir uma forma de redefinir actuações<br />

em relação a determinado tipo de produtos. Peras e maçãs não são, portanto,<br />

excepção. Todavia, neste trabalho pretende-se apenas dar conta, de uma forma<br />

simplificada, da actual conjuntura da produção, comércio e consumo de peras e<br />

maçãs, por recurso a informação estatística diversa.<br />

De uma forma geral, pode dizer-se que os factores relacionados com a<br />

evolução das políticas agrícolas, nacionais e comunitárias, e a transformação dos<br />

hábitos e formas de consumo, têm induzido alterações significativas no mercado<br />

nacional de pomóideas. Neste contexto, as variedades regionais, cada vez mais<br />

valorizadas, assumem um importante estatuto, não só porque possibilitam novas<br />

oportunidades ao nível da produção, mas também porque, ao garantirem uma<br />

oferta diferenciada, permitem fazer face às novas exigências dos consumidores.<br />

Introdução<br />

Na sequência de políticas internas anteriores, a adopção da Política Agrícola<br />

Comum (PAC) veio alterar o panorama da fruticultura nacional. Se por um lado esta<br />

política permitiu a estandardização de produções e processos, por outro destruiu<br />

particularismos e modos tradicionais de produção (Covas, 1999), nomeadamente no<br />

que respeita a variedades regionais de pomóideas. Na busca da competitividade e de<br />

ganhos de produtividade, estas variedades, menos produtivas, logo menos passíveis<br />

de intensificação, foram preteridas em função de variedades ditas importadas. De resto,<br />

analisando as fileiras da pêra e da maçã, é possível constatar que o comércio nacional e<br />

internacional concentra-se, actualmente, num reduzido número de variedades (Simões<br />

et al., 2006).<br />

Nos últimos anos, a crise dos mercados agrícolas nacionais e internacionais, a<br />

incerteza e as novas exigências em matéria de qualidade agro-alimentar (Tibério e<br />

Cristóvão, 2007, p. 18) e as preocupações com a perda da biodiversidade e delapidação<br />

do meio ambiente (Simões et al., 2007), levaram à expansão de um quadro de referência<br />

valorizador das produções locais (Moreira et al., 2006). Paralelamente, hábitos e modos<br />

de consumo foram-se alterando. Não só porque existe uma espécie de democracia<br />

alimentar generalizada (Covas, 1999, p. 9), mas também porque em determinados<br />

segmentos da população cresce a apetência e o consumo de produtos da terra ou<br />

tradicionais (Tibério e Cristóvão, 2005, p. 21) e de bens alimentares classificados de<br />

biológicos (Dinis et al., 2007).<br />

A apologia do bem-estar e de uma vida salutar, assente, em parte, no consumo<br />

frequente de frutas, tem conduzido também a importantes alterações ao nível do<br />

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