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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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consumo. Recorde-se a eloquente expressão “An apple a day, keeps the doctor away!”<br />

(“Uma maçã por dia mantêm o médico longe!”). Se esta maçã provier de uma variedade<br />

autóctone, melhor ainda! Segundo notícias recentes, veiculadas em vários órgãos de<br />

comunicação social nacionais, algumas variedades regionais, provenientes da região<br />

das Beiras, são mais eficientes na prevenção de determinados cancros e doenças<br />

cardiovasculares.<br />

É neste contexto, não só com o intuito de preservar tantas árvores antigas dispersas<br />

por esses campos fora (Equipa do Projecto AGRO 158, 2006, 4), como também de<br />

assegurar a manutenção de germoplasma que possibilite contrariar a actual massificação<br />

da oferta e, consequentemente, de sabores, que políticas têm sido criadas, colecções<br />

instaladas e estudos levados a cabo.<br />

No entanto, apesar dos esforços que vêm a ser feitos, segundo Simões et al. (2006<br />

e 2007), há um desconhecimento generalizado em relação às variedades regionais,<br />

a par com baixos índices de consumo. Por exemplo, no caso das maçãs, a variedade<br />

importada Golden delicious é a mais consumida pelos portugueses. Não obstante,<br />

contrariando esta tendência, parece existir, entre os consumidores portugueses, uma<br />

grande apetência pelas variedades tradicionais (Duarte e Aguiar, 2001; Simões et al.,<br />

2006 e 2007).<br />

A evolução do mercado das pomóideas flúi, assim, no sentido da segmentação<br />

(Fonseca, 1996). Para este autor, novas variedades e variedades regionais, detentoras<br />

de características de cor e organolépticas únicas, a que os consumidores relacionam<br />

uma imagem natural, inovadora e de qualidade visual e gustativa, dispõem, actualmente,<br />

de um mercado disposto a pagar preços mais elevados do que as variedades habituais<br />

(Fonseca, 1996, p.12).<br />

Em suma, desde a produção ao consumo, face ao actual quadro de referência, as<br />

variedades regionais de peras e maçãs dão, garantias de incremento ao rendimento<br />

dos agricultores e estimulam um consumo alargado de produtos de qualidade (Fragata,<br />

2003). Finalmente, estas mesmas variedades devem ser consideradas na luta contra<br />

a trivialização do sabor, garantia de diversidade e possibilidade de escolha por parte<br />

dos consumidores.<br />

A fileira da maçã<br />

a produção mundial<br />

A maçã é um dos principais frutos à escala mundial. Apesar de ser o fruto fresco<br />

com mais área afecta, em termos produtivos perde importância para a banana e os<br />

citrinos.<br />

Como se constata através da figura 1, a área de macieiras cresceu de 1987 a<br />

1995, ano a partir do qual tem vindo gradualmente a perder importância. Entre 1995<br />

e 2006, deu-se um decréscimo de 24%. Curiosamente, apesar de ligeiras oscilações,<br />

a produção mundial aumentou, a uma média de 3% ao ano, que se traduziu num<br />

acréscimo de 66% nos dois últimos decénios.<br />

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Capítulo 3 - Qualidade alimentar e mercado

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