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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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O resultado económico líquido utilizado, característico dum ano de actividade<br />

normal, foi o rendimento da terra e do trabalho familiar (RTTF). É a diferença entre<br />

os proveitos (valor da produção e ajudas estatais) e os custos de produção com<br />

trabalho assalariado, fertilizantes, fitofármacos, combustíveis, aluguer de máquinas e<br />

transporte, conservação e reparação de máquinas, equipamentos e construções, juros<br />

do capital, etc. (Fonseca, 2006). O cálculo dos proveitos e custos foi realizado a preços<br />

de mercado para o ano de 2004. Os factores próprios, normalmente utilizados pelos<br />

produtores de maçã locais (o seu trabalho, de membros da sua família e a terra), não<br />

são contabilizados no cálculo do RTTF.<br />

Torna-se assim necessário comparar o valor deste resultado com rendimentos de<br />

referência como os níveis salariais mínimos e médios que são praticados no mercado<br />

de trabalho. As explorações rentáveis serão aquelas que conseguem gerar um RTTF,<br />

por cada unidade de trabalho agrícola familiar (UTAf) 4 , superior ao salário mínimo<br />

nacional (5118 €/ano em 2004) 5 ou à remuneração média anual (10685 € em 2004) 6 ,<br />

consoante as empresas tenham características mais vincadamente familiares ou<br />

patronais (Fonseca, 2006).<br />

A rendibilidade empresarial foi estimada para duas situações diferentes. Numa,<br />

a empresa é tipicamente uma exploração frutícola com características familiares,<br />

de pequena dimensão, em que a área de macieiras em exploração é de 1 ha. A<br />

estrutura produtiva compreende apenas o pomar, o sistema de rega gota a gota e<br />

os melhoramentos fundiários associados. Considera-se que não dispõe dum parque<br />

de máquinas próprio, pelo que as operações culturais são asseguradas por tracção<br />

alugada. O produtor e o seu agregado familiar dedicam à exploração apenas uma<br />

pequena parte do seu tempo anual de trabalho (296 horas ou 0,15 UTA por ano). Os<br />

trabalhadores assalariados são utilizados somente nos períodos em que a cultura exige<br />

mais mão-de-obra (poda e colheita).<br />

Considera-se que os pomares entram em plena produção ao 5º ano e a sua vida<br />

útil, desde a plantação até ao arranque é de 20 anos. No 3º e 4º ano da instalação, a<br />

produção considerada é uma fracção de 10% e 50%, respectivamente, da produção<br />

os anos de cruzeiro 7 . Esta refere-se a maçã comercializável e a maçã de “refugo” 8 ,<br />

destinada normalmente à indústria (Fonseca, 2006). A análise realizada baseou-se nas<br />

produtividades de 25 e 30 toneladas por ha.<br />

Os custos de investimento incluem as obras de regularização e de mobilização<br />

do terreno, a aquisição de 1250 plantas, esteios e arame, os fertilizantes orgânicos<br />

e minerais, horas de tracção e de mão-de-obra que, em muitas explorações, são<br />

asseguradas, em parte, pelos recursos próprios da exploração, sistema de rega gota a<br />

gota e uma pequena construção.<br />

4 1 UTA = 240 dias ou 1920 horas de trabalho por ano.<br />

5 DL 19/2004.<br />

6 Montante ilíquido (antes da dedução de quaisquer descontos) em dinheiro e/ou géneros pago com carácter regular e<br />

garantido aos trabalhadores no período de referência e correspondente ao período normal de trabalho. O valor consta do<br />

Inquérito aos Ganhos Médios (DGEEP, 2004: 2).<br />

7 Os dados utilizados na determinação dos custos de investimento e de exploração basearam-se no trabalho de campo que<br />

foi realizado para o trabalho de Fonseca (2006) “Contributo para a análise da competitividade da fileira da maçã no Douro”,<br />

adaptados, na medida do possível, à cultura da variedade Bravo. Um trabalho de recolha de coeficientes técnico-económicos<br />

mais dirigido a esta (e outras) variedades regionais precisa, porém, de ser efectuado.<br />

8 Corresponde a 12,5% da maçã produzida vendida a preços de 4 cêntimos por kg.<br />

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