Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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garantia de segurança alimentar foi insuficientemente veiculada através dos sinais, foi<br />
possível estimar diferenças no consentimento a pagar por uma pêra segura e uma não<br />
segura. A ausência de garantias sanitárias para a pêra P1 explicou o decréscimo no<br />
respectivo preço de reserva médio, pois esse preço, na situação S3, foi 0.30€ inferior<br />
ao preço obtido na situação S2 (P < 0.0001).<br />
É importante notar que a transmissão da informação sobre práticas de protecção<br />
integrada aumentou o preço de reserva médio da pêra P2 (+ 0.10€, P = 0.0003) e<br />
da pêra P3 (+ 0.07€, P = 0.05). Importa ainda dizer que a garantia da origem (ou<br />
ausência dessa garantia no caso da marca de distribuidor) não pareceu ter algum efeito<br />
específico comparativamente ao que ocorreu com a garantia de segurança alimentar.<br />
Com o objectivo de avaliar a importância dos atributos sabor e segurança alimentar<br />
no CPC, procurou compreender-se a evolução dos preços de reserva médios para<br />
cada tipo de pêra ao longo da experiência. A figura 3 mostra essa evolução para cada<br />
tipo de pêra e situação de informação. A evolução do preço de reserva médio para P1<br />
começa com o valor de 0.91€ na situação S1 e decresce para 0.86€ na situação S2.<br />
No momento em que os consumidores foram informados da ausência de garantias de<br />
segurança alimentar, o preço de P1 decresceu abruptamente para 0.56€. A evolução<br />
inverteu-se quando os participantes voltaram a provar as peras (situação S4), tendo<br />
o preço de reserva médio de P1 aumentado de 0.55€ para €0.78 (P < 0.0001). Os<br />
participantes avaliaram positivamente o sabor desta pêra, mesmo não oferecendo<br />
garantias de segurança alimentar.<br />
A evolução dos preços de reserva médio para as outras peras seguiu um percurso<br />
idêntico, ou seja, de acordo com a informação transmitida aos participantes. Os sinais de<br />
qualidade (do distribuidor e do produtor) levaram ao crescimento dos preços de reserva<br />
médios após a situação de “prova cega”. Contudo, este resultado só teve significado<br />
para a pêra P4, cujo preço cresceu de 0.11€, entre a situação S1 e a situação S2 (P =<br />
0.02). No momento em que os participantes foram informados sobre as garantias de<br />
segurança alimentar associadas aos sinais de qualidade, o respectivo consentimento<br />
a pagar aumentou visivelmente. Ao compararem-se as situações S1 e S3, observouse<br />
que o preço de reserva médio cresceu de 0.15€ (P = 0.0004) para P2, 0.13€ (P =<br />
0.008) para P3 e 0.17€ (P = 0.001) para P4. Contrariamente ao que aconteceu para<br />
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Capítulo 3 - Qualidade alimentar e mercado<br />
Figura 2. Evolução dos preços de<br />
reserva médios por situação de<br />
informação e tipo de pêra