15.04.2013 Views

Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

parece-nos oportuno fazer aqui uma breve síntese do que já foi feito, descrevendo<br />

sucintamente o material que se encontra em colecção.<br />

Em todo este trabalho contámos sempre com a preciosa colaboração do Engenheiro<br />

Tomás Ferreira, que tem tido um papel determinante na identificação das variedades.<br />

Os objectivos iniciais centraram-se na recuperação das variedades citadas<br />

na bibliografia, principalmente daquelas que tiveram alguma importância a nível<br />

comercial. Essa importância pode avaliar-se, por exemplo, analisando os catálogos<br />

dos viveiristas, instrumento que reflecte de uma maneira fiável a disponibilidade das<br />

variedades no mercado. No entanto, pretendeu-se incluir também outras variedades<br />

que, embora não existisse qualquer referência bibliográfica relativa às designações<br />

por que eram conhecidas, foram consideradas pelos seus proprietários como tendo<br />

boa qualidade. Esta atitude justificou-se pelo conhecimento prévio da existência de<br />

um elevado número de sinonímias (Borges, 1999), e também pela hipótese de, agindo<br />

de outro modo, se poderem vir a ignorar variedades ou clones que se poderão revelar<br />

bastante interessantes. Ora, a história da fruticultura evidência que foi precisamente<br />

desta forma que se encontraram algumas das variedades que ainda hoje lideram o<br />

mercado, como são os casos da Golden Delicious e da Starking (Ferreira, 1994), e<br />

também da variedade regional Bravo.<br />

No que diz respeito às maçãs, estão presentemente em estudo 213 proveniências,<br />

que podem ser divididas em três grandes grupos. No primeiro estão incluídas as<br />

variedades completamente identificadas e que correspondem às que tiveram alguma<br />

representatividade no mercado. É o caso da Camoesa Rosa, Canavial, Casa Nova de<br />

Alcobaça, Costa, Espelho, Gigante do Douro, os Malápios (vários), Pardo Lindo, Pêro<br />

Pipo, Pêro Rei, Pipo de Basto, Porta da Loja, Riscadinha de Palmela e a Verdeal, para<br />

já não falar da Bravo que, felizmente, manteve sempre um lugar destacado no mercado<br />

português.<br />

O segundo grupo é constituído pelas variedades que foram introduzidas no mercado,<br />

vindas do estrangeiro, e que, entretanto, foram perdendo interesse comercial. Em muitos<br />

casos os seus nomes foram “aportuguesados” e, por isso, recolhidas como regionais.<br />

Desta forma surgiram na colecção, a Belle de BosKoop, a Senator, a McIntosh, entre<br />

outras.<br />

Finalmente, o terceiro grupo, o mais abrangente, é constituído por todo o material<br />

que entrou para a colecção depois de 2004 e que se encontra ainda em avaliação.<br />

Este grupo engloba também variedades cujas designações se encontram referidas e<br />

descritas na bibliografia especializada, mas cuja identificação não foi ainda confirmada.<br />

Estão também aqui incluídas muitas variedades “aportuguesadas pela diuturnidade do<br />

tempo”, e ainda as que Charles Populer designou de “varietes paysannes”, definidas<br />

por este autor como sendo as que tiveram apenas uma expressão muito localizada<br />

(Leterne, 1995). Estas últimas variedades têm geralmente nomes simples, por vezes<br />

ligados ao “dialecto” local, caracterizando o fruto pela sua época de maturação (por<br />

exemplo, Maçã de Inverno, S. João), por qualquer particularidade morfológica do fruto<br />

(Pé Curto, Maçã Castanha, Casca de Carvalho), ou mesmo por aspectos sensoriais<br />

(Gronho Doce, Azeda Grande).<br />

É neste grupo que os trabalhos de identificação e caracterização devem continuar<br />

de uma forma mais sistemática. Este esforço irá reduzir a sua dimensão, permitindo<br />

a inclusão das variedades que vão sendo identificadas e caracterizadas, num dos<br />

35<br />

Capítulo 1 - <strong>Variedades</strong> regionais portuguesas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!