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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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Os adubos verdes são culturas utilizadas especificamente para a melhoria do solo.<br />

São incorporados no solo quando já têm uma grande quantidade de biomassa ou quando<br />

já fixaram uma grande quantidade de azoto no caso de se tratar de leguminosas. A<br />

fixação biológica do azoto pelas leguminosas resulta de um relacionamento simbiótico<br />

entre a planta e a bactéria Rhizobium. Pode ser necessária a inoculação de Rhizobium<br />

para optimizar a fixação de azoto. No entanto se se tiver observado uma boa nodulação<br />

nos últimos três a cinco anos esta inoculação não é necessária. Assim, com a utilização<br />

destas plantas, os agricultores biológicos reduzem um problema que é a aplicação de<br />

grandes quantidades de matéria orgânica ao longo dos anos (Behar et al., 2003). A<br />

fixação biológica de N é uma fonte renovável para as árvores de fruta e é relativamente<br />

barata (Goh et al., 1994).<br />

O maior benefício do adubo verde é a adição de matéria orgânica ao solo (Allison,<br />

1973). Sendo que a contribuição da matéria orgânica fornecida ao solo por um adubo<br />

verde é comparável à adição de 9 a 13 ton/ha de estrume ou 4,45 a 5,44 ton/ha de<br />

matéria seca (Schmid e Klay, 1984).<br />

Utilização de compostos, estrumes e outros resíduos da exploração<br />

Em agricultura biológica, a produtividade dos solos para as culturas que não<br />

têm capacidade de estabelecer simbiose com microrganismos fixadores de azoto<br />

atmosférico está limitada, principalmente, pelo azoto orgânico e pelas taxas a que este<br />

se mineraliza, já que o fósforo e outros macro e micronutrientes podem ser incorporados<br />

na forma de fertilizantes inorgânicos naturais. A concentração de azoto mineral no<br />

solo depende da mineralização da matéria orgânica estável existente no solo, e da<br />

mineralização da matéria orgânica que é incorporada ao solo na forma de correctivos<br />

orgânicos, ou de outros fertilizantes orgânicos permitidos em agricultura biológica. A<br />

gestão do azoto no solo é difícil de avaliar mas é crucial para o sucesso da agricultura<br />

biológica (Brito, 2003).<br />

Na fertilização orgânica de pomares biológicos devemos ter em conta que os<br />

fertilizantes orgânicos especialmente estrumes devem ser incorporados no solo para<br />

evitar a volatilização do azoto. Deve ser utilizada uma lavoura rasa para prevenir<br />

danos para as raízes das plantas e minimizar o potencial de erosão do solo. Para uma<br />

fertilidade suplementar rápida podemos utilizar os fertilizantes orgânicos solúveis como<br />

emulsões de peixe ou de algas em fertirrigação (Ames et al, 2004).<br />

Podemos calcular taxas de aplicação orgânicas baseadas em taxas indicadas<br />

standards para a colheita, mas temos que ter em atenção que muitas recomendações de<br />

fertilizante assumem o uso de materiais sintéticos e os sistemas orgânicos comportamse<br />

de forma diferente. Estes geralmente usam fertilizantes de libertação lenta e confiam<br />

na actividade biológica para os transformar em formas que podem ser absorvidas pelas<br />

plantas. Por exemplo, só uma parte (menos de 50%) do azoto aplicado como composto<br />

estável pode estar disponível para as plantas no primeiro ano. O resto é armazenado<br />

e é libertado gradualmente. Para compensar isto no primeiro podemos aplicar duas<br />

vezes mais azoto do que é necessário na forma orgânica. Porém, nos anos seguintes<br />

vai ser libertado mais azoto do solo e vai ficar disponível. Num sistema de agricultura<br />

biológico maduro, somamos os nutrientes e a matéria orgânica para manter e construir<br />

o banco de nutrientes do solo (Ames et al., 2004).<br />

Os mesmos autores (2004) referem ainda que quando fazemos cálculos de<br />

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