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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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nos solos solarizados. Salienta-se que estes microrganismos são considerados fungos<br />

da rizosfera das plantas, podendo causar doenças menos importantes nas plantas,<br />

sobretudo devido à inexistência de patogénicos principais.<br />

Relativamente às populações de micorrizas, o estabelecimento de Glomus spp.<br />

em raízes de fruteiras não foi afectado pela prática da solarização do solo. No entanto,<br />

mais recentemente, tem sido referido que, embora na generalidade dos casos a<br />

solarização não tenha afectado as populações de fungos micorrízicos, não significa<br />

que estas associações simbióticas não possam ser afectadas negativamente. Isto<br />

pode acontecer naquelas situações em que as temperaturas atingidas debaixo do<br />

plástico sejam excepcionalmente elevadas, já que as espécies micorrízicas são pouco<br />

resistentes ao calor.<br />

Os efeitos da solarização nos microrganismos fixadores de azoto em simbiose,<br />

em particular nas populações de Rhizobium, os resultados mostraram que a taxa de<br />

nodulação apenas foi reduzida nos primeiros estádios das plantas. Com o decorrer do<br />

ciclo cultural, a nodulação foi progressivamente aumentando, verificando-se, no final<br />

do ciclo, valores da taxa de nodulação semelhantes entre as plantas crescendo nos<br />

solos solarizados e não solarizados. Por outro lado, existem também as populações de<br />

microrganismos fixadoras livres de azoto que, conjuntamente com as populações de<br />

Rhizobium, são responsáveis por mais de 70% do azoto fixado anualmente no nosso<br />

planeta. Relativamente a estas bactérias, nomeadamente Clostridium pasteurianum<br />

e Azotobacter spp, os primeiros estudos desenvolvidos em Portugal revelaram-se<br />

bastante interessantes. De facto, apesar das populações de Azotobacter spp serem<br />

significativamente reduzidas com a solarização (cerca de 60%, imediatamente após<br />

a remoção dos plásticos nas parcelas solarizadas), rapidamente se desenvolveram<br />

de novo, atingindo, passados dois meses, níveis populacionais cerca de 30% mais<br />

elevados nas parcelas solarizadas.<br />

Nas populações de Clostridium pasteurianum, a solarização não provocou<br />

alterações significativas nas populações desta bactéria. Contudo, nas determinações<br />

imediatamente após a remoção dos plásticos, estas bactérias apresentaram níveis<br />

populacionais superiores, em cerca de 45%, nas parcelas solarizadas face às não<br />

solarizadas.<br />

Por último, a solarização do solo tem provocado uma redução significativa, de cerca<br />

de 36 %, na flora microbiana total. No que respeita aos microrganismos celulolíticos,<br />

verificou-se uma menor redução, apenas de cerca de 7%, não criando o tão negativo<br />

vazio biológico, como acontece com os químicos usados na desinfecção dos solos.<br />

Conclusão<br />

Para além dos seus efeitos efectivos no combate aos patogénicos do solo e a<br />

infestantes, a solarização exerce também um efeito secundário positivo na estimulação<br />

do crescimento e da produção das culturas, através da indução duma melhoria das<br />

características químicas do solo ou de um incremento das populações microbianas<br />

benéficas.<br />

Por outro lado, ao tratar-se de um meio de luta não químico, estamos seriamente<br />

convencidos que este meio de luta será a chave para o sucesso da produção biológica<br />

em agricultura pois, sendo eficaz como herbicida, fungicida, insecticida e até bactericida,<br />

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