Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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procura, o modo de produção biológico (MPB) tem-se imposto progressivamente nos<br />
sistemas produtivos, constituindo-se como mais uma possibilidade de valorização das<br />
variedades regionais.<br />
Neste quadro têm surgido vários programas de recuperação de variedades regionais<br />
de macieiras e pereiras. Foram realizadas prospecções no terreno, criadas colecções<br />
de germoplasma e realizados vários ensaios de adaptação aos modernos sistemas de<br />
condução de pomares ou a modos de produção específicos, como a produção integrada<br />
e a agricultura biológica. Como exemplo, referem-se as colecções de variedades<br />
regionais instaladas na Estação Agrária de Viseu, no âmbito dos projectos PAMAF<br />
6114 (PAMAF, 2000), Agro 158 (Crespi, 2006) e Agro 740.<br />
Todavia, o lançamento destes novos produtos no mercado apenas será viável<br />
se se verificar a sua aceitação por parte do consumidor. Neste sentido, e no âmbito<br />
do projecto Agro 740, procurou-se avaliar vários aspectos do consumo de peras e<br />
maçãs pelos portugueses, nomeadamente, o conhecimento e interesse por variedades<br />
regionais não comercializadas. É desta avaliação que se dá conta neste artigo.<br />
Metodologia de análise<br />
Para indagar acerca do potencial interesse dos consumidores por variedades<br />
regionais de peras e maçãs portuguesas, foi aplicado um inquérito ao consumo destes<br />
frutos e realizadas duas sessões de prova de maçãs.<br />
O inquérito procurou avaliar formas de consumo de fruta em geral, vários aspectos<br />
do consumo de maçãs e peras em particular, o eventual reconhecimento de variedades<br />
regionais, e ainda o conhecimento de diferentes modos de produção. Procurou-se<br />
abranger áreas geográficas de elevado consumo e de concentração da produção<br />
frutícola, mormente de pomóideas. Desta feita, o trabalho de inquirição decorreu nas<br />
cidades do Porto, Coimbra e Lisboa, como locais de consumo, e em Viseu e na região<br />
do Oeste como locais de produção.<br />
Foram validados 235 inquéritos, realizados por abordagem aleatória das pessoas na<br />
rua. No Quadro 1 e na Figura 1 é apresentada a distribuição geográfica dos inquéritos,<br />
enquanto no Quadro 2 é caracterizada a amostra dos inquiridos. Como se pode<br />
constatar, o trabalho de inquirição centrou-se maioritariamente no sexo feminino, o que<br />
se relaciona com a reconhecida importância das mulheres na definição dos produtos<br />
alimentares a comprar.<br />
Quadro 1. Inquéritos efectuados por região<br />
Região N.º de inquéritos<br />
Porto 50<br />
Coimbra 47<br />
Viseu 47<br />
Oeste 41<br />
Lisboa 50<br />
Figura 1. Distribuição geográfica dos inquéritos<br />
167<br />
Capítulo 3 - Qualidade alimentar e mercado<br />
(Fonte, GPPAA, 2005)