Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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economia. Por isso, a disponibilidade de mão-de-obra é outra variável frequentemente<br />
mencionada como afectando as decisões de adopção de novas práticas agrícolas, uma<br />
vez que algumas tecnologias são menos exigentes do que outras em trabalho. Além<br />
disso, as novas tecnologias podem aumentar a procura sazonal de trabalho, de modo<br />
que a adopção se torna menos atractiva para os agricultores com limitada mão-deobra<br />
familiar ou com menor acesso aos mercados de trabalho. No estudo de Carvalho<br />
(1984), a razão mais citada pelos agricultores para a adopção de herbicidas nas vinhas<br />
foi a escassez e o elevado custo da mão-de-obra que se seguiram ao fluxo migratório<br />
dos anos setenta em Portugal e que dificultaram a prática tradicional da cava da vinha<br />
como forma de combater a vegetação espontânea.<br />
A existência de oportunidades de rendimento exteriores à exploração é também<br />
apontada como um factor condicionante da adopção, cujo efeito não é claro. Pode,<br />
por um lado, promover a adopção porque permite, por exemplo, ultrapassar restrições<br />
financeiras e de insegurança no rendimento e melhorar o acesso à informação, ou, por<br />
outro lado, impedi-la, desencorajando o investimento de tempo e energia necessária à<br />
implementação de novas tecnologias por fazer aumentar o custo de oportunidade do<br />
tempo dedicado à exploração e à gestão dessas novas tecnologias.<br />
Em particular, no caso da pequena agricultura familiar, as fontes de rendimento<br />
exteriores à exploração são relevantes porque permitem aos agricultores levarem a<br />
cabo práticas agrícolas que poderiam, de outra forma, por em causa o seu rendimento<br />
de subsistência. Além disso, podem ajudar a ultrapassar limitações financeiras ou<br />
permitir mesmo o financiamento de uma inovação do tipo capital fixo. Por outro lado,<br />
reduzem o interesse pelas inovações já que a necessidade de aumentar a produtividade<br />
da exploração é menor porque o nível de vida da família pode ser assegurado de outras<br />
formas.<br />
O contexto social é também determinante na adopção de inovações, uma vez<br />
que a maioria dos indivíduos respeita as normas sociais no seu comportamento de<br />
adopção. Inovações que estejam em desacordo com as normas sociais dificilmente<br />
serão adoptadas em taxas significativas, pelo menos por indivíduos que estejam bem<br />
integrados na comunidade. Por exemplo, os agricultores amish são selectivos no tipo<br />
de inovações que adoptam porque consideram que existe um potencial para que as<br />
inovações ameacem a força da comunidade e a solidariedade familiar (Sommers e<br />
Napier, 1995). No sudoeste da Nigéria a introdução de barreiras de árvores como forma<br />
de protecção contra a erosão do solo tem sido mal sucedida em explorações dirigidas<br />
por mulheres como consequência do regime de direitos de propriedade que, em muitas<br />
áreas, nega às mulheres a posse da terra e o direito de plantar árvores (Adesina e<br />
Chianu, 2003).<br />
Um outro efeito do contexto social sobre a taxa de adopção é o que resulta do tipo<br />
de socialização a que os indivíduos estão sujeitos. A socialização pode contribuir para<br />
o desenvolvimento de atitudes pessoais mais ou menos favoráveis à adopção. Um<br />
elevado grau de tradicionalismo está muitas vezes associado à inércia na adopção<br />
de novas práticas, afectando negativamente a difusão de novas tecnologias (Wejnert,<br />
2002).<br />
Da mesma forma, o contexto político pode forçar ou incentivar a adopção de<br />
determinadas tecnologias ou práticas e afectar a sua taxa de difusão. Segundo Feder<br />
e Umali (1993), o agricultor tem uma percepção sobrestimada do risco da adopção<br />
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