Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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principais apreciadores da pêra nacional temos o Reino Unido (27%), a França (18%),<br />
o Brasil (12%), a Rússia (11%), a Polónia (9%), a Holanda (8%) e a Irlanda (7%).<br />
No que respeita ao comércio interno, estima-se que cerca de 50% da produção<br />
de pêra Rocha seja escoada através de estruturas organizadas, nas quais se incluem<br />
as OP, com 30% (GPP, 2007). Esta variedade chega aos consumidores através dos<br />
mercados regionais e abastecedores e das grandes cadeias de distribuição. A pêra<br />
demasiado pequena é direccionada para a transformação.<br />
O preço médio da variedade Rocha (cal. 65-70 mm) foi, no MARL, ao longo das<br />
últimas quatro campanhas (2002/2003-2005/2006) de 0,70 €/Kg. O valor médio máximo,<br />
de 0,81 €/Kg, foi alcançado na época de 2003/2004, sendo o preço médio mínimo, de<br />
0,60 €/Kg, registado na campanha seguinte.<br />
Conclusão<br />
Perante a informação atrás veiculada, a principal conclusão vai no sentido de uma<br />
clara transformação do mercado nacional de peras e maçãs. Estas mudanças prendemse<br />
não só com a implementação de políticas ao nível da produção, como também com<br />
alterações no lado do consumo.<br />
Assim, se ao nível da produção, em especial no caso da maçã, algumas<br />
variedades importadas têm vindo a perder importância, outras há, como as regionais,<br />
nomeadamente a Bravo, que vêm a ganhar terreno. Apesar de não existir informação<br />
estatística específica em relação ao consumo de variedades regionais, vários estudos<br />
têm relatado um incremento da aceitação destas por parte dos consumidores, bem<br />
como uma maior inclusão nos circuitos de comercialização.<br />
Com o aumento das produções a uma escala global e a maior abertura dos<br />
mercados, a que, naturalmente, o mercado nacional está sujeito, importa que surjam<br />
novas alternativas aos níveis da produção e do consumo. Assim, e no caso da maçã,<br />
considerando o elevado défice na balança comercial nacional e a evolução positiva da<br />
capitação, as variedades regionais surgem, graças às altas valorizações praticadas<br />
pelo mercado, como uma boa oportunidade para a produção. Por outro lado, e face ao<br />
actual quadro de referência que pauta o consumo, estas variedades podem e devem<br />
assumir um importante papel no combate contra a estandardização dos sabores. Os<br />
casos da maçã Bravo e da pêra Rocha são paradigmáticos de uma efectiva afirmação<br />
no panorama frutícola nacional.<br />
Referências bibliográficas<br />
Covas, A. (1999), As amenidades rurais – um contributo para o desenvolvimento de zonas desfavorecidas,<br />
DGDR, Lisboa.<br />
Dinis, I.; Moreira, J. & Simões, O. (2007), Modelo empírico para caracterização dos consumidores de<br />
fruta biológica, In: Actas do V Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Economia Agrária<br />
– Globalização, <strong>Agricultura</strong> e Áreas Rurais, Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes (CD-ROM).<br />
Duarte, F. & Aguiar, M. (2001), Circuitos de distribuição de maçã em Portugal: evolução recente e suas<br />
consequências sobre a produção nacional, In: Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento<br />
da <strong>Agricultura</strong> e Pesca (IFADAP) (Ed.), <strong>Agricultura</strong>, Economia e Sociedade: Ensaios em Homenagem<br />
ao Professor Fernando Estácio, IFADAP, s.l., 221-238.<br />
Equipa do Projecto AGRO 158 (2006), Pomóideas <strong>Regionais</strong> – Fichas Varietais, Projecto AGRO 158, Viseu.<br />
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Capítulo 3 - Qualidade alimentar e mercado