Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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Compatibilidade<br />
Segundo Rogers (2003) a compatibilidade corresponde ao grau em que uma<br />
inovação é percepcionada como consistente com os valores, experiências passadas e<br />
necessidades dos potenciais adoptantes. Uma inovação que seja incompatível com os<br />
valores culturais dos potenciais adoptantes dificilmente será adoptada. A compatibilidade<br />
entre a inovação e as práticas já utilizadas pelos agricultores é também um aspecto a<br />
considerar. As tecnologias em uso servem como quadro de referência para a avaliação<br />
de inovações, diminuindo a incerteza associada à sua adopção. Neste sentido, será<br />
de esperar que quanto mais compatível for uma nova tecnologia com a tecnologia que<br />
vem substituir mais rápida será a adopção.<br />
Um outro aspecto da compatibilidade diz respeito à introdução de tecnologias<br />
complementares umas das outras. Sempre que a adopção de uma tecnologia implica<br />
a introdução de factores de produção complementares, as características dos factores<br />
condiciona também o padrão de adopção tecnológica. As práticas agrícolas podem<br />
estar relacionadas umas com as outras e, portanto, a adopção de uma não ser<br />
independente das tecnologias já praticadas nem da adopção de outras que lhe sejam<br />
complementares. Quando existem interacções entre componentes tecnológicas, é de<br />
esperar que a adopção de uma das componentes acelere a adopção das restantes.<br />
Complexidade<br />
A complexidade de uma inovação diz respeito ao nível de dificuldade relativa<br />
associado à sua utilização (Rogers, 2003). Quanto mais complexa for uma tecnologia<br />
mais capital humano é necessário para a utilizar convenientemente e aproveitar as suas<br />
potencialidades. Assim, é de esperar que se os agricultores tiverem a percepção de que<br />
uma dada tecnologia é complexa a adoptem em menor extensão e mais lentamente. A<br />
complexidade pode referir-se à compreensão da forma de utilizar a tecnologia, ao seu<br />
funcionamento ou à complexidade que induz no sistema de produção.<br />
Visibilidade<br />
Cada indivíduo pode decidir tendo apenas como base a avaliação directa das opções<br />
que se lhe colocam mas pode poupar tempo e acelerar a decisão usando a observação<br />
das acções e resultados de outros como fonte de informação. Neste contexto, será de<br />
esperar que inovações cujas vantagens sejam fáceis de observar apresentarão taxas<br />
de adopção mais elevadas. Quanto mais visíveis forem os benefícios que os primeiros<br />
adoptantes retiram da adopção maior será a probabilidade de outros agricultores lhes<br />
seguirem o exemplo.<br />
Características dos potenciais adoptantes<br />
Capital humano<br />
A disponibilidade de capital humano é tipicamente medida pela idade dos agricultores,<br />
a experiência e o nível de educação. A idade está relacionada com a receptividade do<br />
agricultor à mudança e com o seu grau de aversão ao risco, argumentando-se que os<br />
agricultores mais jovens adoptam com maior probabilidade. O efeito da experiência na<br />
adopção é, à partida, ambíguo mas, admitindo que à medida que a idade e a experiência<br />
aumentam o horizonte temporal para usufruir dos benefícios da adopção diminui e o<br />
conhecimento das práticas instaladas é maior, ambas as coisas criam desincentivos<br />
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Capítulo 1 - <strong>Variedades</strong> regionais portuguesas