Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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da adopção. Os benefícios e custos directos são aqueles que resultam da aquisição e<br />
utilização da inovação propriamente dita. No caso da introdução de sementes melhoradas,<br />
por exemplo, os custos directos correspondem à diferença de preço entre as sementes<br />
regionais e as melhoradas. Outros custos e benefícios directos, tais como diferenças<br />
de produtividade, alterações na qualidade do produto final, melhoria das condições de<br />
trabalho e na oportunidade de execução das tarefas são também aspectos a considerar.<br />
Os benefícios e custos indirectos nem sempre são fáceis de identificar mas podem<br />
alterar muito o custo ou o risco da adopção e influenciar de forma significativa a taxa<br />
de adopção. Feder e Umali (1993) dão como exemplo a necessidade de aplicar novos<br />
tipos de adubos quando se usam sementes melhoradas mas muitos outros tipos de<br />
custos indirectos, tais como a utilização de mais mão-de-obra ou de mão-de-obra mais<br />
qualificada e a necessidade de realizar investimentos paralelos, podem ser apontados.<br />
Os benefícios e custos indirectos podem não ser monetários, como é o caso do tempo<br />
gasto pelo agricultor a formar os seus trabalhadores para poder tirar partido da inovação.<br />
Outro tipo de custos e benefícios indirectos associados à adopção são os sociais.<br />
Os custos directos e indirectos das tecnologias inibem frequentemente a sua<br />
adopção, especialmente quando esses custos excedem a disponibilidade de recursos<br />
do agricultor. É de esperar que quanto maior for a vantagem relativa de uma inovação,<br />
tal como é percepcionada pelos potenciais adoptantes, mais rápida e extensa seja a<br />
sua adopção.<br />
Risco<br />
O risco tem sido frequentemente considerado como um dos factores mais<br />
importantes na redução da taxa de adopção das inovações, uma vez que a adopção<br />
de uma nova tecnologia pode aumentar o risco associado à produção agrícola porque<br />
existe incerteza acerca das propriedades e do rendimento da nova tecnologia e estas<br />
incertezas interagem com os factores aleatórios que afectam a agricultura.<br />
Divisibilidade e experimentalidade<br />
Usando as palavras de Rogers (2003), a experimentalidade diz respeito ao grau<br />
em que uma inovação pode ser testada numa base limitada. Quando as inovações são<br />
divisíveis, como é o caso da adopção de um certo tipo de sementes ou de fertilizantes,<br />
e podem ser adoptados de maneira gradual, o agricultor não tem apenas que decidir<br />
se adopta ou não mas também em que extensão e a que ritmo. Sempre que possível,<br />
os agricultores optam por experimentar a inovação apenas numa parcela da sua área<br />
para poderem testar as vantagens relativas resultantes da sua adopção nas condições<br />
específicas da sua exploração. Desta forma, aumentam a informação disponível sobre<br />
a inovação e reduzem a incerteza relativa aos potenciais custos e benefícios de a<br />
adoptarem. Como resultado, o ritmo da adopção será mais intenso. Ghadim e Pannell<br />
(1999) ressaltam a importância da obtenção de informação e do processo de “aprender<br />
fazendo”. Referem que um agricultor, ao iniciar o processo de experimentação, tem<br />
uma certa percepção sobre a rendibilidade da inovação que pode não corresponder<br />
à realidade. À medida que a experimentação vai avançado reduz-se o desfasamento<br />
entre essa percepção e a verdadeira distribuição de probabilidades dos rendimentos<br />
resultantes da adopção. As tecnologias que podem ser testadas são geralmente<br />
adoptadas com maior rapidez do que as tecnologias não divisíveis.<br />
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