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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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fertilizantes baseados no azoto, temos de creditar as contribuições feitas através das<br />

espécies de cobertura. Uma colheita de cobertura de trevo subterrâneo, correctamente<br />

fertilizada e inoculada, pode fixar anualmente de 112 kg/ha a 224 kg/ha de azoto para<br />

um sistema de “mulching” vivo. Devemos também considerar a análise de fertilizante<br />

global; porque utilizando só o conteúdo de azoto pode causar problemas quando os<br />

fertilizantes não são equilibrados para satisfazer as necessidades da colheita. Por<br />

exemplo o uso repetido de adubo de galinha que tem um elevado teor de fosfato pode<br />

conduzir a problemas de poluição e de deficiência de zinco. Estes problemas podem<br />

ser evitados monitorizando regularmente e ajustando a selecção de fertilizantes.<br />

Na maioria das árvores de fruta, o crescimento lento dos ramos indica<br />

frequentemente uma carência de azoto. O amarelecimento entre as nervuras nas folhas<br />

novas geralmente indica que a planta sofre de uma deficiência de ferro. A casca da<br />

árvore, em certas variedades de maçã pode indicar um excesso de disponibilidade de<br />

manganês no solo. Assim a melhor forma para determinar se a fertilização é adequada<br />

é combinar observações de campo com as análises ao solo e às folhas (rendimentos<br />

pobres, coloração incomum das folhas e crescimento fraco das plantas, são os sintomas<br />

para um possível desequilíbrio nutricional ou deficiência). As análise foliares medem o<br />

conteúdo dos nutrientes das folhas e podem identificar uma deficiência ou excesso de<br />

nutrientes muito antecipadamente da sua visualização. É mais útil do que a análise de<br />

solo porque a análise das folhas tem em conta que estas são plantas e a de solo só<br />

no diz quais os nutrientes que estão no solo e estes podem não estar disponíveis para<br />

a planta. A análise foliar anual proporciona geralmente um melhor guia para ajustar a<br />

fertilização azotada (Ames et al., 2004).<br />

No entanto os minerais presentes nas folhas por si só não prevêem problemas<br />

que possam ocorrer no período pós-colheita. Deste modo a solução pode passar pela<br />

análise das folhas e dos frutos. Fallahi et al. (2006) verificaram que um aumento de<br />

azoto nas maçãs está negativamente associado com a cor amarela ou vermelha dos<br />

frutos e um aumento de cálcio está negativamente associado com o “Bitter-pit” mas<br />

está associado positivamente com a firmeza. Maçãs com elevadas concentrações de<br />

azoto apresentam maiores concentrações de etileno e maiores taxas respiratórias.<br />

Em agricultura biológica, a gestão adequada de azoto não pode ser inferida<br />

directamente a partir de uma análise simples ao solo. Ao contrário da agricultura<br />

convencional, em que a gestão do azoto se baseia na utilização da parte solúvel<br />

prontamente disponível nos adubos azotados, em agricultura biológica a gestão do<br />

azoto baseia-se na manipulação de fontes orgânicas de azoto, o azoto orgânico deve ser<br />

mineralizado pela acção dos micróbios do solo e estar disponível antes da necessidade<br />

da planta. Embora este processo possa fornecer uma quantidade significativa de azoto,<br />

estimar a quantidade e a época de mineralização do azoto é complicado porque uma<br />

série de factores podem afectar o processo. Os mais importantes destes factores são<br />

(Gaskell et al., 2007):<br />

- Temperatura do solo: a mineralização é insignificante abaixo dos 10ºC, mas acima<br />

desta temperatura a mineralização aumenta com o aumento da temperatura do solo;<br />

- Humidade do solo: a mineralização avança rapidamente num solo húmido, mas é<br />

inibida por condições excessivamente húmidas ou secas;<br />

- Práticas de mobilização: a mobilização do solo estimula a actividade microbiana<br />

temporária que diminui ao longo de dias ou semanas.<br />

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Capítulo 2 - Fruticultura biológica

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