Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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Em Portugal este método começou a ser ensaiado a partir de 1981, tendo-se desde<br />
então realizados vários estudos visando o uso da solarização no combate a infestantes,<br />
no combate a fungos e nemátodos e no combate a bactérias do solo. Os estudos<br />
até à data desenvolvidos em Portugal, à semelhança dos realizados noutros países,<br />
revelaram resultados bastante promissores, confirmando a eficácia e a aplicabilidade<br />
deste novo método de luta no combate a diversas infestantes e a variados agentes<br />
fitopatogénicos veiculados pelo solo.<br />
Assim, convictos das potencialidades da solarização do solo, o presente trabalho<br />
descreve as vantagens deste novo meio de luta, aplicável a diversas culturas. Pretendese<br />
assim proceder à sua divulgação junto de agricultores, técnicos, alunos de ciências<br />
agrárias e outros agentes ligados ao sector agrário em geral e à agricultura biológica<br />
em particular.<br />
Modo de acção<br />
A solarização do solo baseia-se no aproveitamento da energia solar, à custa de um<br />
filme de plástico transparente, de espessura reduzida, que se coloca sobre a superfície<br />
dum solo previamente humedecido, durante os meses mais quentes do ano, por um<br />
período de 30 a 60 ou mais dias, provocando uma elevação das temperaturas do solo<br />
e destruindo os propágulos dos agentes patogénicos e das infestantes.<br />
Para além da acção directa da temperatura na destruição dos agentes patogénicos,<br />
refere-se também a evidência do envolvimento de mecanismos biológicos nesse<br />
processo. De facto, é surpreendente o combate que algumas vezes tem sido atingido<br />
com a solarização, mesmo quando as temperaturas alcançadas não são suficientemente<br />
elevadas para justificar tal facto.<br />
Modo de aplicação<br />
Executar uma mobilização adequada do terreno a solarizar, até cerca de 20 a 30 cm<br />
de profundidade, garantindo que a superfície do solo fique perfeitamente homogénea e<br />
esmiuçada. Procede-se de seguida a uma fresagem a pequena profundidade, de modo<br />
a obter uma superfície do terreno plana e suficientemente lisa, requisito necessário<br />
para uma adequada posterior colocação do plástico no solo.<br />
Proceder a uma rega abundante do solo, por gravidade ou por aspersão, debitando<br />
uma dotação de cerca de 30 mm, aplicada em dois dias sucessivos, procurando que o<br />
terreno permaneça saturado ao longo do perfil. Com esta rega pretende-se aumentar a<br />
condutividade térmica do solo, privilegiando assim a eficácia da solarização.<br />
Cobrir o solo com um filme de polietileno transparente de espessura reduzida<br />
(0,050 mm). Ter um cuidado especial, durante esta operação, para garantir que o<br />
plástico fique esticado e perfeitamente aderente à superfície do solo, de modo a<br />
evitar a formação de bolsas de ar. O plástico deverá permanecer esticado e fixo,<br />
por enterramento das suas extremidades nas valas laterais abertas para esse efeito,<br />
manualmente ou mecanicamente. No caso presente, a solarização foi realizada em<br />
faixas, colocando-se o plástico, apenas ao longo das linhas, onde no ano seguinte se<br />
iriam plantar as macieiras, para constituir um pomar em modo de produção biológico<br />
(Figuras 1, 2, 3 e 4).<br />
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Capítulo 2 - Fruticultura biológica