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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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VARIEDADES REGIONAIS DE MAÇÃS E PERAS.<br />

ESTARÃO OS CONSUMIDORES INTERESSADOS?<br />

Orlando Simões, Jorge Moreira e Isabel Dinis<br />

Resumo<br />

Para avaliar o conhecimento e a apetência dos consumidores por variedades<br />

regionais de pomóideas portuguesas, foi efectuado um inquérito em regiões<br />

de elevado consumo, Porto, Coimbra e Lisboa, e de grande concentração da<br />

produção frutícola, Viseu e Oeste. Posteriormente, foram realizadas provas de<br />

variedades regionais de maçãs na Escola Superior Agrária de Coimbra e na Feira<br />

Internacional de Lisboa.<br />

Dos resultados obtidos constata-se que maçãs e peras continuam a ser frutas<br />

de eleição por parte dos consumidores, sendo o sabor e o aspecto em geral os<br />

parâmetros mais referenciados para a sua escolha. Maçãs e peras produzidas em<br />

território nacional são claramente preferidas pelos inquiridos. Todavia, apenas<br />

a maçã “Bravo de Esmolfe” e a pêra Rocha são reconhecidas como variedades<br />

regionais portuguesas.<br />

No que concerne à certificação de maçãs, a maioria dos consumidores denota<br />

grande desconhecimento, sendo reconhecida, com pouca expressividade, a<br />

DOP Bravo de Esmolfe e a IGP Maçã de Alcobaça. Também a DOP Pêra Rocha<br />

do Oeste é reconhecida por um reduzido número de consumidores. Apesar da<br />

maioria dos consumidores ter uma ideia formada acerca do modo de produção<br />

biológico (MPB), a maioria deles exprime-a através de uma definição genérica<br />

associada à “ausência de tratamentos”.<br />

Introdução<br />

Com a modernização da agricultura europeia, a liberalização dos mercados<br />

e a alteração dos hábitos de consumo, as variedades regionais de maçãs foram<br />

progressivamente esquecidas durante a segunda metade do séc. XX, deixando de<br />

integrar os circuitos comerciais. Paralelamente, foram abandonadas práticas agrícolas<br />

ancestrais, que garantiam uma produção ambientalmente mais favorável e menos<br />

agressiva para a saúde pública.<br />

Não obstante este percurso, assistimos hoje ao surgimento de um novo quadro de<br />

referência, pautado por um maior nível de conhecimento e poder aquisitivo por parte<br />

dos consumidores, que privilegia o “tradicional”, os produtos regionais e as produções<br />

amigas do ambiente, nomeadamente, a produção biológica (Simões et al., 2006 e<br />

2007). De facto, para além da importância da preservação do património genético<br />

que as variedades regionais representam, tem-se assistido nos últimos anos a uma<br />

revalorização de algumas variedades mais conhecidas, de que é exemplo a maçã<br />

Bravo ou a pêra Rocha, no quadro da diversificação e sofisticação do consumo de<br />

produtos agro-alimentares. Por outro lado, e também por uma acentuada solicitação da<br />

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