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Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro

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Forma de exploração<br />

Na literatura sobre desenvolvimento é colocada uma grande ênfase na importância<br />

das formas de exploração na adopção tecnológica, assumindo-se, de uma forma geral,<br />

que a exploração por conta própria é mais propícia à adopção de novas tecnologias do<br />

que o arrendamento. No caso de contratos de arrendamento de curto prazo e quando se<br />

trata de tecnologias que requerem investimentos em capital fundiário, a probabilidade<br />

de que a adopção ocorra é muito baixa. Ao contrário, quando os prazos são longos e<br />

a tecnologia a introduzir não implica investimento em capital fundiário, o arrendamento<br />

não constitui uma limitação à adopção. Os autores acrescentam ainda que a existência<br />

de um mercado de arrendamento de terra pode acelerar a adopção de tecnologias<br />

que precisem de uma escala significativa, como é o caso de equipamentos de grandes<br />

dimensões.<br />

A teoria clássica prevê que um risco reduzido e horizontes temporais dilatados<br />

aumentam os ganhos esperados e encorajam o investimento. A conta própria e outras<br />

formas de exploração estáveis e seguras, como por exemplo as concessões estatais<br />

por longos períodos de tempo, incorporam estas duas características. Um elevado nível<br />

de segurança favorece investimentos de longo prazo enquanto a insegurança favorece<br />

investimentos de curto prazo.<br />

Situação financeira<br />

Segundo Feder et al. (1985), muitos estudos teóricos argumentam que a<br />

necessidade de levar a cabo investimentos fixos pode impedir os pequenos agricultores<br />

de adoptarem as inovações com rapidez. O capital, quer sob a forma de poupanças<br />

acumuladas ou de acesso a mercados de capital, é necessário para financiar muitas<br />

inovações tecnológicas. Por isso, o acesso diferenciado ao capital é frequentemente<br />

citado como um factor de diferenciação nas taxas de adopção. Um exemplo, é o estudo<br />

de (Carvalho, 1984, p. 138), onde, a respeito da adopção de castas mais produtivas<br />

de videira, o autor conclui que “é o poder económico dos agricultores e as medidas de<br />

política do governo que na realidade definem quem é inovador e quem é retardatário”.<br />

Localização<br />

A localização da exploração pode ter reflexos importantes nas decisões dos<br />

agricultores e na economia das explorações, como se percebe desde Ricardo, com<br />

a sua teoria da renda fundiária, e especialmente através do modelo de Von Thünen,<br />

onde a componente espacial das actividades económicas é ressaltada. Para além dos<br />

factores climáticos que influenciam a actividade agrícola, outros factores espaciais, tais<br />

como o acesso ao mercado e a demografia, condicionam os incentivos à adopção. É<br />

de esperar, por exemplo, que os agricultores localizados na orla das cidades, em zonas<br />

de elevada densidade populacional e em zonas de minifúndio, adoptem com maior<br />

rapidez e intensidade práticas relacionadas com o aumento da produtividade da terra,<br />

uma vez que nestas áreas a pressão sobre a terra é maior, levando a uma agricultura<br />

mais intensiva. Pelas mesmas razões estarão menos receptivos à adopção de práticas<br />

de protecção e conservação dos recursos. Nas zonas próximas de centros urbanos<br />

será também de esperar uma maior adesão a tecnologias mais capital-intensivas do<br />

que em zonas mais afastadas, onde os salários são mais baixos e, sobretudo no caso<br />

de países em desenvolvimento, pode haver maior dificuldade no acesso aos mercados<br />

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