Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
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ANÁLISE DA DIVERSIDADE GENÉTICA COM MARCADORES RAPD<br />
EM VARIEDADES REGIONAIS DE MACIEIRA (Malus domestica Borkh.)<br />
Paulo Barracosa, Sandra Almeida e Arminda Lopes<br />
Resumo<br />
Realizou-se uma análise da diversidade genética de 13 variedades regionais<br />
de macieira (Malus domestica Borkh.) instaladas no campo experimental da<br />
Direcção Regional de <strong>Agricultura</strong> e Pescas do <strong>Centro</strong> (<strong>DRAP</strong>C) - Viseu (Portugal),<br />
com base nos produtos de amplificação RAPD (Random Amplified Polymorphic<br />
DNA) gerados por 29 primers. Foram testados 50 primers arbitrários com 10<br />
pares de bases (kits OPA, OPB, OPC, OPI, Operon Technologies, Inc), dos quais<br />
foram seleccionados 29 pela capacidade de resolução e reprodutibilidade dos<br />
resultados obtidos. De um total de 152 bandas observadas, 79 revelaram-se<br />
polimórficas (52 %) nas variedades analisadas. Com base matriz de semelhança<br />
obtidos, proveniente dos fragmentos polimórficos RAPD, efectuou-se uma análise<br />
UPGMA (Unweighted Pair Group Method using Arithmetic Average) e produziuse<br />
um dendrograma e uma PCA (Análise por Componentes Principais) com o<br />
objectivo de agrupar as variedades, que foram classificadas em três grupos<br />
principais (1-3). Um modelo de três dimensões foi considerado significativo e<br />
explica 76% da variação total, na qual a primeira dimensão é responsável por 63%<br />
da variação total. Foram obtidos onze marcadores específicos (OPB-03-1400pb,<br />
OPI-01-650pb, OPI-04-1900pb, OPI-10-450pb, OPI-11-900pb, OPI-12-1300pb, OPI-<br />
13-1000pb, OPI-18-1500pb e OPI-20-400pb), para sete das variedades regionais<br />
de macieira estudadas .<br />
Introdução<br />
A macieira (Malus domestica Borkh.) da família Rosaceae, sub-família Maloideae<br />
(2n=34) é actualmente uma das culturas fruteiras mais importantes nas regiões<br />
temperadas, revelando uma elevada diversidade ao nível das variedades comerciais<br />
(Chevreau et al., 1999). Vavilov (1930) sugeriu que a espécie selvagem da macieira e<br />
as espécies relacionadas, terão sido os progenitores da macieira domesticada. Estudos<br />
realizados mais recentemente na região de Turkestan, confirmam a semelhança entre<br />
as espécies de macieira selvagens e cultivadas (Forsline, 1995). Janick et al. (1996)<br />
sugerem que a Ásia Central constitui a área com maior diversidade genética afirmandose<br />
como o centro de origem da macieira cultivada. Dois processos parecem ter sido<br />
fundamentais no processo de domesticação da macieira na Europa. Uma primeira fase<br />
com a introdução da espécie na parte Oeste da Europa e uma segunda fase com<br />
hibridações entre cultivares e entre cultivares e espécies selvagens (Harris et al., 2002).<br />
No processo de evolução e melhoramento desta espécie, muitas variedades surgiram<br />
de plântulas provenientes de sementes, muitas vezes de origem desconhecida. Esta<br />
terá sido provavelmente a forma como surgiram as variedades regionais que integram<br />
este estudo. Durante o último século, os melhoradores de plantas obtiveram muitas<br />
variedades através da realização de cruzamentos controlados (Janick et al., 1996). O<br />
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