Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
Variedades Regionais e Agricultura Biológica - DRAP Centro
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
tem-se verificado que populações de potenciais antagonistas, como Trichoderma spp,<br />
aumentaram em solos solarizados. Populações de bactérias com actividade lítica<br />
contra o fungo Sclerotium rolfsii aumentam frequentemente, na generalidade dos solos<br />
solarizados.<br />
Estudos exaustivos mostraram que, enquanto populações de vários microrganismos,<br />
incluindo bactérias e fungos, foram reduzidas imediatamente após a solarização,<br />
populações de actinomicetos, de fungos termofílicos ou termotolerantes, de Bacillus<br />
spp. e Pseudomonas fluorescentes, rapidamente proliferaram nos solos solarizados,<br />
aí permanecendo com densidades populacionais mais elevadas. Estas alterações<br />
biológicas positivas têm sido apontadas como a principal razão da indução da<br />
supressividade nos solos solarizados.<br />
Crescimento e produção das culturas<br />
A solarização do solo tem sido frequentemente referida como responsável por<br />
acréscimos do crescimento e dos rendimentos das culturas em que tem sido utilizada.<br />
Estes efeitos positivos são considerados como uma consequência directa da sua<br />
acção na redução da densidade e, nalguns casos, na erradicação da própria doença,<br />
dependendo os níveis das produções obtidos do grau de redução verificado, do nível de<br />
infestação do solo e da importância económica dos prejuízos causados pela doença.<br />
Resultados apresentados por diversos autores, quer em estufa quer ao ar livre,<br />
revelaram aumentos significativos de crescimento e/ou produção em diversas culturas<br />
em estufa, nomeadamente na cultura de tomate, do feijão, do pimento e da alface.<br />
A solarização do solo tem provocado igualmente acréscimos significativos no<br />
crescimento ou na produção das culturas quando praticada ao ar livre, nomeadamente<br />
nas culturas de tomate, beringela, batata, cártamo, algodão, couve chinesa, aipo,<br />
alface, melancia, cenoura, ervilha, grão-de-bico, fava, feijão, cebola, trevo e trigo.<br />
Constituintes químicos do solo<br />
Chen & Katan (1980) foram os primeiros investigadores que procuraram relacionar<br />
a estimulação do crescimento das plantas, em solos solarizados e isentos de agentes<br />
fitopatogénicos, com as variações de alguns constituintes químicos do solo. Vários<br />
estudos foram então realizados em diversos solos de Israel, durante o verão de 1980<br />
e, na grande maioria dos solos investigados, os resultados obtidos revelaram aumentos<br />
significativos em alguns constituintes químicos: matéria orgânica solúvel, condutividade<br />
eléctrica (directamente relacionada com a concentração de sais na solução), azoto<br />
nítrico e amoniacal, potássio, cálcio e magnésio solúveis. Também aumentos dos<br />
teores dos micronutrientes (Mn ++ , Fe ++ e Cu ++ ) foram observados em muitos solos<br />
solarizados.<br />
Mais recentemente, verificou-se que os teores de K +<br />
, Ca ++<br />
, Mg ++<br />
e condutividade<br />
eléctrica aumentaram consistentemente na generalidade dos solos solarizados em<br />
Israel. Em Portugal, verificou-se também aumentos altamente significativos dos valores<br />
da condutividade eléctrica nos solos solarizados e, curiosamente, em relação ao Ca ++<br />
e Na +<br />
, verificou-se uma redução significativa daqueles constituintes químicos nos solos<br />
solarizados. Relativamente ao K +<br />
e Mg ++<br />
, não se encontraram diferenças significativas<br />
entre as parcelas solarizadas e não solarizadas.<br />
72