boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
dirimir qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> de conexão. Não é a conexão a causa da prevenção determinada pelo dispositivo em comento, mas ant<strong>es</strong>,<br />
o impedimento de a parte burlar o sistema de dis<strong>tr</strong>ibuição visando a uma tutela jurisdicional que melhor atenda sua<br />
pretensão. Esse é o objetivo da regra insculpida no artigo 253, II, do CPC, que veio em atendimento aos reclamos dos<br />
Tribunais. A Súmula n. 235 do STJ, editada em 10.02.2000, portanto, ant<strong>es</strong> da alteração in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei n. 10.358/01,<br />
<strong>tr</strong>ata <strong>es</strong>pecificamente de conexão, não se aplicando aos casos previstos no inciso II do artigo 253, cuja hipót<strong>es</strong>e de<br />
prevenção não encon<strong>tr</strong>a supedâneo no instituto da conexão.<br />
O artigo 253, II, do CPC determina a dis<strong>tr</strong>ibuição por dependência das causas de qualquer natureza, "quando tendo havido<br />
d<strong>es</strong>istência, o pedido for reiterado m<strong>es</strong>mo que em litisconsórcio com ou<strong>tr</strong>os autor<strong>es</strong>", norma que, pela lógica sistemática,<br />
deve ter aplicação nas hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> de extinção do proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução de mérito. Assim, extinta a ação sem a r<strong>es</strong>olução<br />
do mérito, por d<strong>es</strong>istência da parte, ocorre a prevenção do juiz que dela teve conhecimento, para proc<strong>es</strong>sar e julgar ação<br />
novamente proposta, mormente em casos de matérias repetitivas, sob pena de propiciar-se burla à dis<strong>tr</strong>ibuição em afronta<br />
ao princípio do juízo natural, que deve orientar todo o ordenamento jurídico. Não é a hipót<strong>es</strong>e dos autos.<br />
Conflito conhecido, fixando-se a competência do Juízo suscitado do 1º Juizado Especial <strong>Federal</strong> de Vitória/ES.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA E<br />
FIXAR A COMPETÊNCIA DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA/ES, na forma do voto constante dos autos,<br />
que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />
78 - 2009.50.51.001612-0/01 ELISANDRA BACHETI (ADVOGADO: MARCIO SANTOLIN BORGES, LUIZ MARIA BORGES<br />
DOS REIS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº. 2009.50.51.001612-0/01<br />
Recorrente : ELISANDRA BACHETI<br />
Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-MATERNIDADE – NÃO-CONFIGURAÇÃO DA QUALIDADE DE<br />
SEGURADA ESPECIAL – TRABALHO RURAL NÃO COMPROVADO NO PERÍDO DE CARÊNCIA – AUSÊNCIA DE INÍCIO<br />
DE PROVA MATERIAL – INCIDÊNCIA DA SÚMULA 34 DA TNU – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA<br />
MANTIDA.<br />
Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente a<br />
pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, em que se pleiteava a conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-maternidade na<br />
condição de segurada <strong>es</strong>pecial, d<strong>es</strong>de a data do parto.<br />
O salário-maternidade à segurada <strong>es</strong>pecial, conforme preconiza o art. 39, parágrafo único da Lei nº 8.213/91, com as<br />
alteraçõ<strong>es</strong> da Lei nº 9.032/95, será devido no valor de 01 (um) salário mínimo, d<strong>es</strong>de que comprove o exercício de atividade<br />
rural, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua, nos 12 (doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong> imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do início do benefício.<br />
N<strong>es</strong>se passo, observe-se que são dois os requisitos que a Lei <strong>es</strong>tipula para que a autora faça jus ao benefício pleiteado: 1)<br />
comprovação da condição de segurada <strong>es</strong>pecial - efetivo exercício da atividade rural; 2) carência de 12 (doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong>, ainda<br />
que de forma d<strong>es</strong>contínua e imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do início do benefício. Basta, portanto, que a parte autora prove<br />
ter <strong>tr</strong>abalhado no campo, em qualquer tipo de atividade própria ou típica do meio rural, no período de 12 (doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />
anterior<strong>es</strong> ao pleito adminis<strong>tr</strong>ativo, para que se lhe reconheça o direito à percepção do referido benefício.<br />
Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início de<br />
razoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que tal<br />
atividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se nec<strong>es</strong>sário que o <strong>tr</strong>abalho dos membros da família seja<br />
indispensável à própria subsistência e ao d<strong>es</strong>envolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido em