boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
COSTA SOBRINHO, em 22.04.1995, não era mais seu cônjuge, por força de separação judicial, sendo que aquela inclusive<br />
abriu mão de seus direitos à pensão alimentícia, a qual foi concedida somente aos filhos menor<strong>es</strong> na ordem de 35% do<br />
salário líquido do aludido segurado da Previdência Social.<br />
Quanto a <strong>es</strong>se aspecto, vale regis<strong>tr</strong>ar que a jurisprudência firmou entendimento de que a mulher que dispensou, no acordo<br />
de separação judicial, a pr<strong>es</strong>tação de alimentos, conserva, não obstante, o direito à pensão decorrente de óbito do cônjuge,<br />
d<strong>es</strong>de que comprovada a nec<strong>es</strong>sidade do benefício (Súmula 64 do TFR). Além disso, é válido apontar que, inclusive, no<br />
acordo de separação judicial, não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser pleiteados ulteriormente, verificados<br />
os pr<strong>es</strong>supostos legais (Súmula 379 do STF).<br />
A Súmula 336 do e. STJ dita que é devida a pensão por morte ao ex-cônjuge separado judicialmente que comprove a<br />
dependência econômica superveniente, ainda que tenha dispensado, temporariamente, a percepção de alimentos quando<br />
da separação judicial.<br />
Assim, d<strong>es</strong>cabida a alegação recursal de que a recorrida não era dependente do segurado falecido pelo simpl<strong>es</strong> fato de ter<br />
renunciado à pensão alimentícia por ocasião da separação judicial, a qual se d<strong>es</strong>tinou somente aos filhos menor<strong>es</strong>.<br />
Também r<strong>es</strong>tou comprovado, nos autos, que, no período de 08.06.1995 a 31.07.2004, ILDA LUIZA DE JESUS fora incluída<br />
indevidamente no rol dos beneficiários da pensão por morte em qu<strong>es</strong>tão, sendo que a autarquia previdenciária<br />
posteriormente cancelou tal conc<strong>es</strong>são por reconhecimento de irregularidade na documentação apr<strong>es</strong>entada que embasava<br />
a alegação de união <strong>es</strong>tável en<strong>tr</strong>e aquela e o segurado falecido (fls. 260 e 266).<br />
D<strong>es</strong>sa forma, mos<strong>tr</strong>a-se devido o r<strong>es</strong>sarcimento, pelo INSS, dos valor<strong>es</strong> pagos indevidamente a ILDA LUIZA DE JESUS,<br />
durante o período declinado, por erro da Adminis<strong>tr</strong>ação Pública na conc<strong>es</strong>são do benefício a <strong>es</strong>ta.<br />
Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />
Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, que fixo em 10% sobre o valor da<br />
condenação (art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §3º do CPC).<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />
forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
85 - 2008.50.53.000270-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO<br />
DA SILVA.) x VANIA BARBOZA NEVES (ADVOGADO: JOAO MIGUEL ARAUJO DOS SANTOS.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.53.000270-5/01<br />
Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
Recorrido : VÂNIA BARBOZA NEVES<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-RECLUSÃO - RENDA MENSAL BRUTA DO SEGURADO - ART.<br />
13 DA EC Nº 20/98 - ART. 116 DO DEC. 3.048/99 - ÚLTIMO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO SUPERIOR AO LIMITE PARA<br />
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />
Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensão<br />
externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, condenando a autarquia previdenciária a conceder à parte autora o benefício de<br />
auxílio-reclusão, com efeitos re<strong>tr</strong>oativos à data de en<strong>tr</strong>ada do requerimento. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais,<br />
que, à época do aprisionamento do segurado, em 30.11.2005, o limite do salário-de-con<strong>tr</strong>ibuição para os efeitos da<br />
consideração da baixa renda do segurado recluso era de R$ 623,44, conforme tabela constante do art. 291 da<br />
IN/INSS/PRES 20/2007, motivo pelo qual não pode ser considerado o valor de R$ 676,27, que passou a vigorar a partir de<br />
01.04.2007, conforme determinado na sentença. Frisa que, nos termos da EC 20/98, o cônjuge da autora, ora recorrida,<br />
não é considerado segurado de baixa renda. Em sede de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, a parte recorrida sustenta que o direito ora<br />
requerido não se cogita pela remuneração do segurado e sim por aquela percebida pelo cônjuge beneficiário, ou seja,