boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Expediente do dia<br />
18/11/2010<br />
DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL<br />
Nro. Boletim 2010.000314<br />
FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />
NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />
91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />
1 - 2008.50.51.001238-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MICHELI JESUS VIEIRA<br />
DE MELO.) x JACQUELINE ZAMPIROLLI GALIASSO (ADVOGADO: MARILENA MIGNONE RIOS.).<br />
E M E N T A<br />
ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. AMPARO AO DEFICIENTE. RENDA<br />
FAMILIAR PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. AUSÊNCIA DE SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE.<br />
O grupo familiar da recorrente, incluída ela própria, era composto por cinco p<strong>es</strong>soas: a recorrida, o pai, a mãe, uma irmã<br />
com vinte anos de idade, e um filho com retardo mental, cujo tutor é o próprio avô da criança (pai da recorrente). Há ainda<br />
uma ou<strong>tr</strong>a irmã, com 33 anos de idade e com renda equivalente a R$ 386,00. Esta irmã, porém, assim como a r<strong>es</strong>pectiva<br />
renda, devem ser excluídas da aferição da renda per capita, pois, para os fins legais, não podem ser considerados os filhos<br />
maior<strong>es</strong> de 21 anos. A renda do grupo familiar é constituída pelo benefício previdenciário recebido pelo pai, no valor de R$<br />
819,00, mais R$ 100,00 auferidos pela mãe em razão do <strong>tr</strong>abalho como lavadeira. Os dados são contemporâneos a 2008,<br />
quando o salário mínimo corr<strong>es</strong>pondia a R$ 415,00. Portanto, a renda familiar per capita supera em muito o limite de ¼ do<br />
salário mínimo. Não é atendido o requisito financeiro objetivo previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93. R<strong>es</strong>salve-se,<br />
ainda, que a irmã caçula, que tinha 20 anos de idade, ficou excluída do grupo familiar quando completou o 21º aniversário,<br />
aumentando ainda mais o valor da renda per capita.<br />
A análise casuística das condiçõ<strong>es</strong> socioeconômicas da recorrente não modifica tal conclusão. Não se <strong>tr</strong>ata de família<br />
numerosa. Os gastos demons<strong>tr</strong>ados (fl. 31) não superam a renda bruta da família. A família não tem gastos com moradia,<br />
porque o aluguel é pago pela empr<strong>es</strong>a na qual o pai <strong>tr</strong>abalhava ant<strong>es</strong> de se aposentar (fl. 31). A r<strong>es</strong>idência encon<strong>tr</strong>a-se em<br />
bom <strong>es</strong>tado de conservação, sendo guarnecida por geladeira e freezer. O laudo socioeconômico da assistente social não<br />
minis<strong>tr</strong>a subsídios para caracterizar situação de miserabilidade. A família é pobre, mas não miserável.<br />
A nec<strong>es</strong>sidade de medicamentos autoriza a recorrente a exigir que o Estado os en<strong>tr</strong>egue in natura - obrigação de dar coisa<br />
certa -, mas não justifica a conc<strong>es</strong>são de benefício assistencial - obrigação de pagar quantia certa.<br />
Recurso provido para reformar a sentença, d<strong>es</strong>constituindo a condenação do INSS a conceder benefício assistencial de<br />
pr<strong>es</strong>tação continuada. Antecipação de tutela revogada sem efeitos re<strong>tr</strong>oativos, por se <strong>tr</strong>atar de benefício de natureza<br />
alimentar. Precedent<strong>es</strong> do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong>.<br />
A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência<br />
judiciária gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />
do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />
ROGERIO MOREIRA ALVES<br />
Juiz <strong>Federal</strong> da Turma Recursal<br />
Relator<br />
2 - 2006.50.50.000408-9/01 JOSE DE BRUNO (ADVOGADO: THIAGO BRAGANÇA.) x INSTITUTO NACIONAL DO<br />
SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).<br />
E M E N T A<br />
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM APLICAR CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS<br />
ADVOCATÍCIOS.<br />
O recorrente recebeu abono de permanência indevidamente no período de 19/09/1994 a 31/10/2005. A sentença extinguiu<br />
o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução de mérito em relação ao período de 19/09/1994 a 30/06/2001, porque o INSS teria reconhecido<br />
em sede adminis<strong>tr</strong>ativa a decadência do direito de cobrar <strong>es</strong>s<strong>es</strong> valor<strong>es</strong>. Por ou<strong>tr</strong>o lado, a sentença julgou improcedente o<br />
pedido quanto ao período de 01/07/2001 a 31/10/2005. Em relação ao período de 19/09/1994 a 30/06/2001, o recorrente<br />
pediu a reforma da sentença para que o proc<strong>es</strong>so fosse extinto com r<strong>es</strong>olução de mérito, com pronúncia de decadência, a<br />
fim de protegê-lo con<strong>tr</strong>a futuras cobranças. O recurso não foi provido n<strong>es</strong>sa parte. Em relação ao período de 01/07/2001 a<br />
31/10/2005, o recurso do autor foi provido e a sentença de improcedência acabou sendo reformada. Tendo havido<br />
sucumbência parcial e recíproca de ambas as part<strong>es</strong>, o acórdão compensou os honorários advocatícios.<br />
O autor interpôs embargos de declaração alegando omissão do acórdão em condenar a parte con<strong>tr</strong>ária em honorários<br />
advocatícios. Defendeu que a decadência do direito do INSS em cobrar a r<strong>es</strong>tituição não foi reconhecida em sede<br />
adminis<strong>tr</strong>ativa, mas apenas na sentença, fato que justificaria o inter<strong>es</strong>se na reforma da sentença. Qu<strong>es</strong>tionou a omissão do<br />
acórdão em aplicar o princípio da causalidade, pois foi o INSS que, ao efetuar a cobrança adminis<strong>tr</strong>ativa referente a período