17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

condiçõ<strong>es</strong> de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei<br />

8.213/91.<br />

Consta, nos autos, que a recorrente deu à luz a sua filha em 12.08.2006 e, para comprovação do exercício de atividade<br />

rurícola, juntou, aos autos, os documentos acostados às fls. 17/22 e 26/33. Todavia, o magis<strong>tr</strong>ado a quo não considerou tais<br />

documentos como provas hábeis à comprovação do labor rural, posto que não seriam contemporâneos à época dos fatos a<br />

provar, d<strong>es</strong>tacando ainda a impr<strong>es</strong>tabilidade de algumas das provas para valer-se de início de prova material.<br />

Deveras, os con<strong>tr</strong>atos de comodato rural acostados às fls. 17/18 são datados em agosto/2006 e maio/2009, portanto, não<br />

são contemporâneos à época em que a recorrente alega ter laborado na roça (doz<strong>es</strong> m<strong>es</strong><strong>es</strong> anterior<strong>es</strong> a 12.08.2006 –<br />

período de carência para obtenção do benefício pleiteado), tampouco os con<strong>tr</strong>atos de parceria agrícola acostados às fls.<br />

47/48 e a certidão juntada à fl. 20. R<strong>es</strong>salta-se que não há, nos autos, nem sequer início de prova material de que o<br />

companheiro da recorrente exerça atividade rural, para configurar o labor sob o regime de economia familiar.<br />

Assim, fixar o tempo rural pelo critério do ano dos documentos em qu<strong>es</strong>tão vai de encon<strong>tr</strong>o ao critério da<br />

contemporaneidade afirmado na súmula 34 da TNU e na Lei 8.213/91. Ora, a Turma Nacional de Uniformização fixou<br />

entendimento de que “para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser<br />

contemporâneo à época dos fatos a provar”, de acordo com a citada Súmula.<br />

No caso dos autos, os documentos apr<strong>es</strong>entados não abrangem o período em que a parte autora afirma ter <strong>tr</strong>abalhado no<br />

campo.<br />

Vale frisar que, para comprovar a condição de <strong>tr</strong>abalhador rural, não é, deveras, nec<strong>es</strong>sária a apr<strong>es</strong>entação de prova<br />

documental robusta, bastando que o segurado apr<strong>es</strong>ente início razoável de prova material, contemporânea aos fatos que se<br />

pretende provar, apta a ser corroborada por prova t<strong>es</strong>temunhal, consoante o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91.<br />

Inadmissível, portanto, que a comprovação do tempo de serviço seja por prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento da assistência judiciária gratuita.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

79 - 2008.50.51.001410-6/01 SUELY DOS SANTOS SOARES FARDIM (ADVOGADO: MARCIO SANTOLIN BORGES.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.001410-6/01<br />

Recorrente : SUELY DOS SANTOS SOARES FARDIM<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-MATERNIDADE – NÃO-CONFIGURAÇÃO DA QUALIDADE DE<br />

SEGURADA ESPECIAL – TRABALHO RURAL NÃO COMPROVADO NO PERÍDO DE CARÊNCIA – AUSÊNCIA DE INÍCIO<br />

DE PROVA MATERIAL – INCIDÊNCIA DA SÚMULA 34 DA TNU – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente a<br />

pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, em que se pleiteava a conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-maternidade na<br />

condição de segurada <strong>es</strong>pecial, d<strong>es</strong>de a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo.<br />

O salário-maternidade à segurada <strong>es</strong>pecial, conforme preconiza o art. 39, parágrafo único da Lei nº 8.213/91, com as<br />

alteraçõ<strong>es</strong> da Lei nº 9.032/95, será devido no valor de 01 (um) salário mínimo, d<strong>es</strong>de que comprove o exercício de atividade<br />

rural, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua, nos 12 (doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong> imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do início do benefício.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!