boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
elé<strong>tr</strong>ica superior a 250 Woltz” deixou de ser considerada atividade <strong>es</strong>pecial para fins previdenciários. Frisa que, no caso da<br />
ele<strong>tr</strong>icidade, o <strong>tr</strong>abalho não causa qualquer dano a saúde física do <strong>tr</strong>abalhador, apenas o põe em risco, o que não justifica o<br />
considerar como <strong>es</strong>pecial.<br />
2. Os elementos dos autos denotam que o autor, ora recorrido, comprovou o exercício de atividade <strong>es</strong>pecial<br />
(periculosidade) no período de 15.05.1984 a 28.05.1998, em razão de serviço pr<strong>es</strong>tado à TELEMAR NORTE LESTE S/A.<br />
3. Muito embora o agente físico ele<strong>tr</strong>icidade não tenha permanecido no rol de classificação de agent<strong>es</strong> nocivos a partir da<br />
edição do Decreto 2.172 de 06/03/1997, constata-se que o laudo técnico juntado aos autos at<strong>es</strong>ta a periculosidade da<br />
tensão elé<strong>tr</strong>ica, que, aliás, <strong>es</strong>tá expr<strong>es</strong>samente prevista no anexo do Decreto nº. 93.412/86, nas mais variadas situaçõ<strong>es</strong>,<br />
den<strong>tr</strong>e elas as d<strong>es</strong>empenhadas pelo segurado, como agente perigoso à saúde. O regulamento em qu<strong>es</strong>tão não<br />
acompanhou a evolução da legislação <strong>tr</strong>abalhista no assunto, tendo deixado de reconhecer expr<strong>es</strong>samente inúmeras<br />
situaçõ<strong>es</strong> de risco máximo à saúde e à própria integridade física do <strong>tr</strong>abalhador, como nos casos das p<strong>es</strong>soas que<br />
<strong>tr</strong>abalham em contato habitual e permanente com tensão elé<strong>tr</strong>ica.<br />
4. Não obstante, a hipót<strong>es</strong>e em tela enquadra-se no entendimento da Súmula 198 do extinto TRF ("Atendidos os demais<br />
requisitos, é devida a aposentadoria <strong>es</strong>pecial se perícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado é perigosa,<br />
insalubre ou penosa, m<strong>es</strong>mo não inscrita em Regulamento"), sendo irreparável a sentença que reconheceu como <strong>es</strong>pecial<br />
tal período de <strong>tr</strong>abalho.<br />
5. Diante do que fora exposto e analisado, não merece reparo a sentença guerreada.<br />
6. Recurso conhecido e improvido.<br />
7. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios, que<br />
fixo em 10% sobre o valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, combinado com o art. 55 da Lei n. 9.099/95.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, na forma da<br />
ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
112 - 2006.50.50.001390-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO<br />
PAIVA.) x NILSON MACHADO FRANCA (ADVOGADO: PATRÍCIA DA CUNHA CASTANHEIRA JACINTO, SIZENANDO<br />
CASTANHEIRA JACINTO.).<br />
PODER JUDICIÁRIO<br />
JUSTIÇA FEDERAL<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo<br />
Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />
Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.50.001390-0/01<br />
Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS<br />
Recorrido : NILSON MACHADO FRANCA<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – TRABALHO ESPECIAL – ELETRICIDADE – TENSÃO ELÉTRICA<br />
SUPERIOR A 250 VOLTS – RECURSO IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo que<br />
julgou procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, para condenar o INSS a computar, como tempo de serviço<br />
<strong>es</strong>pecial, o período de 14.06.1978 a 28.05.1998, <strong>tr</strong>abalhado em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais, convertendo o referido período em<br />
tempo de serviço comum e, por fim, concedendo o benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. A autarquia<br />
previdenciária, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, sustenta que os documentos de fls. 79/82 não são hábeis a comprovar efetiva<br />
exposição a agente noviço ele<strong>tr</strong>icidade, posto que ausente a medição técnica, frisando que, não obstante, cabos telefônicos<br />
não conduzem nenhum tipo de corrente elé<strong>tr</strong>ica. Aponta que não houve, no caso, exposição a agente nocivo à saúde de<br />
forma permanente, o que con<strong>tr</strong>aria ao disposto no Decreto n. 53.831/64 (art. 3º). E mais: as informaçõ<strong>es</strong> do SB-40 não