boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
equisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />
(art. 273 do CPC).<br />
No mais, convolo a decisão proferida às 64/65, por seus próprios fundamentos.<br />
Recurso ao qual se nega provimento.<br />
Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, na forma da lei.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />
75 - 2006.50.51.001657-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />
MORAES SENTO-SÉ REIS.) x FERNANDA DA SILVA OLIVEIRA (ADVOGADO: SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.001657-0/01<br />
Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />
Recorrido : FERNANDA DA SILVA OLIVEIRA<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – SALÁRIO-MATERNIDADE – PROVA DA CONDIÇÃO DE SEGURADO<br />
ESPECIAL – INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL - CUMPRIMENTO DO<br />
PERÍODO DE CARÊNCIA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fls.<br />
122/124, que julgou procedente o pedido formulado na exordial, condenando o INSS à obrigação de conceder em favor da<br />
parte autora SALÁRIO-MATERNIDADE (segurado <strong>es</strong>pecial), no valor de 01 (salário mínimo), d<strong>es</strong>de a data do requerimento<br />
adminis<strong>tr</strong>ativo (DER 23/01/2003, fl. 38).<br />
2. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que a parte autora deveria ter comprovado o exercício de atividade rural<br />
durante o período de 10 m<strong>es</strong><strong>es</strong> que antecedeu o parte, ou seja, d<strong>es</strong>de o dia 08/06/2002. Afirma que os documentos<br />
juntados aos autos não comprovam o efetivo exercício de atividade rural durante o período informado na inicial; que a<br />
declaração de fl. 45 informa que a autora d<strong>es</strong>envolvia atividade incompatível com a condição de segurada <strong>es</strong>pecial; que a<br />
prova t<strong>es</strong>temunhal é inidônea para a aferição da verdade dos fatos, na medida em que as t<strong>es</strong>temunhas são p<strong>es</strong>soas<br />
próximas à autora e que, por isso, têm inter<strong>es</strong>se em favorecê-la; que as informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas pelas t<strong>es</strong>temunhas em<br />
audiência de ins<strong>tr</strong>ução são con<strong>tr</strong>árias às afirmaçõ<strong>es</strong> feitas adminis<strong>tr</strong>ativamente perante o INSS. Pugna, ao final, pela<br />
reforma da r. sentença e pela improcedência do pedido inicial.<br />
3. Para obtenção do salário-maternidade, tem-se como nec<strong>es</strong>sário que a requerente atenda aos seguint<strong>es</strong> requisitos:<br />
ostentar a qualidade de segurada e comprovar o período de carência de 10 m<strong>es</strong><strong>es</strong>, previsto no inciso III, art. 25, da Lei<br />
8.213/91. Além disso, o artigo 39, parágrafo único, do m<strong>es</strong>mo diploma dispõe que para seguradas <strong>es</strong>peciais a garantia à<br />
conc<strong>es</strong>são do salário-maternidade <strong>es</strong>tá condicionada a comprovação do exercício de atividade rural, ainda que de forma<br />
d<strong>es</strong>contínua, nos 12 (doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong> imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do início do benefício.<br />
4. A condição de segurada <strong>es</strong>pecial (<strong>tr</strong>abalhadora rural) da autora encon<strong>tr</strong>a-se comprovada a<strong>tr</strong>avés dos documentos<br />
juntados aos autos, den<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>os o Con<strong>tr</strong>ato de Assentamento, firmado com o INCRA, constando a mãe da Autora como<br />
assentada, datado de 13/03/1997 (fls. 14/16); Certidõ<strong>es</strong> do INCRA, declarando que a mãe da Autora d<strong>es</strong>envolve atividad<strong>es</strong><br />
rurais em regime de economia familiar no Assentamento Flor<strong>es</strong>ta (fl. 17), datadas de 26/07/2004 e 03/01/2005 (fls. 17/18);<br />
Identificação familiar da assentada Terezinha da Silva Zeferino Oliveira (mãe da Autora), constando a Autora como<br />
<strong>tr</strong>abalhadora rural (fls. 22/23).<br />
5. Como a criança nasceu em 08 de abril de 2003 (fl. 13), a autora deveria ter comprovado o <strong>tr</strong>abalho rural em regime de<br />
economia familiar d<strong>es</strong>de, no mínimo, abril de 2002, conforme disposição pr<strong>es</strong>ente na lei dos benefícios previdenciários. A<br />
prova t<strong>es</strong>temunhal, detalhadamente analisada pela sentença, evidencia que a autora <strong>tr</strong>abalhou na zona rural no período em<br />
qu<strong>es</strong>tão.<br />
6. As <strong>tr</strong>ês t<strong>es</strong>temunhas ouvidas na Carta Precatória expedida à Comarca de Alegre confirmaram que a conhecem d<strong>es</strong>de a<br />
época em que a família foi assentada e que <strong>es</strong>ta <strong>tr</strong>abalhava em atividad<strong>es</strong> rurais, em regime de economia familiar (fls.<br />
72/74).<br />
7. Não há elementos nos autos que evidenciem a suposta parcialidade do relato das t<strong>es</strong>temunhas ouvidas, sendo oportuno<br />
observar que eventual con<strong>tr</strong>adita sequer foi alegada pelo recorrente no momento oportuno.<br />
8. Foram ouvidos, ainda, o Sr. Jaci Rodrigu<strong>es</strong> de Souza e da Srª Ângela Lúcia Souza Silva, a fim de confirmar as<br />
informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas pelas t<strong>es</strong>temunhas no proc<strong>es</strong>so adminis<strong>tr</strong>ativo, tendo aquel<strong>es</strong> afirmado que a autora <strong>tr</strong>abalha na<br />
roça d<strong>es</strong>de que foi para o Assentamento Flor<strong>es</strong>ta com a família, em 1996, bem como que continuou <strong>tr</strong>abalhando até as<br />
vésperas do nascimento de seu filho.