boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
sistema público de saúde e garantir os recursos orçamentários e financeiros d<strong>es</strong>tinados ao atendimento da população.<br />
Recurso conhecido e provido.<br />
Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na forma<br />
do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se a sentença, na<br />
forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />
NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />
69 - 2009.50.50.002251-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />
COSTA.) x EMILIA KEMPIM (ADVOGADO: RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.50.002251-2/01<br />
Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS<br />
Recorrido : EMILIA KEMPIM<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – PERDA DA QUALIDADE DE<br />
SEGURADO ESPECIAL – LABOR RURAL IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS –<br />
MUDANÇA PARA ÁREA URBANA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS em face da r.<br />
sentença de fls. 51/53, que julgou procedente o pedido inicial para condenar o INSS a conceder o benefício de<br />
aposentadoria por idade rural à parte autora.<br />
2. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a autarquia previdenciária que, não obstante o reconhecimento pelo juízo a quo do<br />
exercício de atividade rural pela parte autora durante o período de 1950 a 1992, não existe documento que demons<strong>tr</strong>e tal<br />
exercício em período posterior a 1991. Sustenta que a própria requerente, em seu depoimento p<strong>es</strong>soal, afirmou que, após a<br />
venda da propriedade, em 1980, não <strong>tr</strong>abalhou mais na lavoura. Aduz que tal alegação é corroborada pelos demais<br />
elementos dos autos, vez que, em 1980, a autora já contava com idade avançada (57 anos) e, segundo afirmou em seu<br />
depoimento, possuía problemas de pele que a impediam de d<strong>es</strong>empenhar a atividade na roça. Aponta que somente uma<br />
t<strong>es</strong>temunha confirmou o <strong>tr</strong>abalho da autora depois do falecimento de seu marido, ocorrido em 1989, havendo, contudo,<br />
con<strong>tr</strong>adição no depoimento da referida t<strong>es</strong>temunha, pois informou que a autora continuou em sua propriedade por 10 ou 12<br />
anos após o óbito do seu cônjuge, quando, na verdade, foram apenas 3 anos. D<strong>es</strong>taca que, como o chefe da família da<br />
autora era seu cônjuge, conclui que a autora não tinha direito adquirido à aposentadoria no antigo Programa de Assistência<br />
ao Trabalhador Rural – PRORURAL (Lei Complementar n. 11/1971), vez que nem sequer detinha a qualidade de segurada,<br />
encon<strong>tr</strong>ando-se enquadrada como simpl<strong>es</strong> dependente. Conclui que, se quando da edição da Lei n. 8.213/91 a autora não<br />
<strong>es</strong>tava coberta pela Previdência Social Rural e também já havia deixado de exercer a atividade rural que lhe enquadrasse<br />
como segurada obrigatória no novo Regime Geral da Previdência Social, não faz jus a m<strong>es</strong>ma à obtenção do benefício<br />
postulado.<br />
3. Rejeita-se a preliminar de intemp<strong>es</strong>tividade do recurso suscitada em con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>. A R<strong>es</strong>olução nº 06/2010, do Egrégio<br />
Tribunal Regional <strong>Federal</strong> da 2ª Região, prorrogou, até o primeiro dia útil subsequente, os prazos que venc<strong>es</strong>sem ou<br />
iniciassem nos dias em que a Seleção Brasileira participou dos jogos do Campeonato Mundial (inciso IV), como, por<br />
exemplo, nos dias 25 (sexta-feira) e 28 (segunda-feira) de junho de 2010. Sendo assim, o prazo final do recurso, que a<br />
princípio seria 25/06/2010 (sexta-feira), foi prorrogado para o dia útil subseqüente (29/06/2010), encon<strong>tr</strong>ando-se temp<strong>es</strong>tivo<br />
o recurso interposto.<br />
4. Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei<br />
nº 8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º,<br />
da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de<br />
forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de<br />
con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos<br />
dispositivos legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º<br />
3.048/1999); (c) atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título<br />
excepcional, em caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar<br />
5. O § 1º do art. 102 da Lei n. 8.213/91 <strong>es</strong>tabelece que “A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à<br />
aposentadoria para cuja conc<strong>es</strong>são tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época<br />
em que <strong>es</strong>t<strong>es</strong> requisitos foram atendidos”. O e. STJ já se manif<strong>es</strong>tou no sentindo de ser d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sário que o implemento<br />
das condiçõ<strong>es</strong> para a aposentadoria por idade ocorram de forma simultânea (AGRESP 664101, Sexta Turma,<br />
D<strong>es</strong>embargador Convocado Celso Limongi, DJE de 19.10.2009; REsp 969473, Quinta turma, Min. Napoleão Nun<strong>es</strong> Maia