17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em 10% sobre o valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC, combinado com o art. 21, §único, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR-LHE PARCIAL<br />

PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

136 - 2008.50.51.001532-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.)<br />

x ANIZIR STOFEL DE SOUZA (ADVOGADO: ELINARA FERNANDES SOARES.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.51.001532-9/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : ANIZIR STOFEL DE SOUZA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS.<br />

COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL.<br />

NÃO-DESCARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL. DIB FIXADA NA DATA DE REQUERIMENTO<br />

ADMINISTRATIVO. AFASTAMENTO DO EFEITO SUSPENSIVO À LIDE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo, que<br />

julgou procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que a autora<br />

não faz jus ao benefício pleiteado por não cumprir os requisitos para conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade. Isto<br />

porque não haveria sido elencados, nos autos, documentos que caracterizassem o início de prova material da condição de<br />

<strong>tr</strong>abalhadora rural. Sustenta, ainda, que se deveria instituir, como DIB, a data do <strong>tr</strong>ânsito em julgado da sentença<br />

embargada, uma vez que a autarquia não tinha ac<strong>es</strong>so a todos os documentos apr<strong>es</strong>entados nos autos quando do<br />

indeferimento adminis<strong>tr</strong>ativo. Alega, então, o INSS, que, por <strong>es</strong>ta razão, o recurso deveria ser recebido em seu efeito<br />

suspensivo, ante a alegada ausência da fumaça de bom direito. Requer, assim, que seja determinado o efeito suspensivo<br />

recursal, e que se reforme a sentença guerreada, negando-se provimento ao pedido autora.<br />

Em primeiro lugar, é deve-se r<strong>es</strong>saltar que, nos termos do art. 143 da Lei 8.213/91, o <strong>tr</strong>abalhador rural referido na alínea “a”<br />

do inciso I e na alínea “g” do inciso V, e nos incisos VI e VII do art. 11 da m<strong>es</strong>ma lei, para fins de recebimento de<br />

aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o<br />

efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do<br />

benefício, por tempo igual ao número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente à carência do benefício postulado.<br />

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início de<br />

razoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que tal<br />

atividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se nec<strong>es</strong>sário que o <strong>tr</strong>abalho dos membros da família seja<br />

indispensável à própria subsistência e ao d<strong>es</strong>envolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido em<br />

condiçõ<strong>es</strong> de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei<br />

8.213/91.<br />

São d<strong>es</strong>cabidos os argumentos suscitados pela autarquia-ré em suas razõ<strong>es</strong> recursais, posto que não há procedência na<br />

alegação da ausência de início de prova material. Isso porque o enquadramento da recorrida como segurada <strong>es</strong>pecial<br />

encon<strong>tr</strong>a, sim, fundamento nos documentos acostados aos autos às fls. 13; 15; 67/69; e 76/78. Tais provas, ainda que não<br />

comprovem documentalmente o efetivo exercício da atividade rural para subsistência durante todo o período requisitado,<br />

<strong>tr</strong>azem fort<strong>es</strong> indícios da veracidade de tal feito, justificando o início da prova material. De maneira complementar, <strong>es</strong>ta<br />

prova é corroborada satisfatória e robustamente pelos depoimentos obtidos por prova t<strong>es</strong>temunhal, os quais, sem<br />

con<strong>tr</strong>adição, confirmaram a profissão da autora como <strong>tr</strong>abalhadora rural à época de cumprimento da carência.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!