boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>es</strong>te <strong>es</strong>pec<strong>tr</strong>o, defere-se o pedido de antecipação de tutela.<br />
D<strong>es</strong>tarte, determino que o INSS proceda ao r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença, em favor da recorrente,<br />
d<strong>es</strong>de 20.07.2008, data da c<strong>es</strong>sação indevida do benefício em sede adminis<strong>tr</strong>ativa. O benefício deverá ser implantado no<br />
prazo de <strong>tr</strong>inta dias, contados da intimação d<strong>es</strong>te julgado, devendo ser comprovado, no prazo de dez dias, após a<br />
implantação. Deverá o INSS, ainda, pagar as parcelas vencidas, corrigidas monetariamente, r<strong>es</strong>peitado o teto fixado para<br />
<strong>es</strong>te Juizado e a pr<strong>es</strong>crição quinquenal, acr<strong>es</strong>cido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, d<strong>es</strong>de a citação até<br />
30/06/2009 (data da vigência da Lei 11.960/2009), e, a partir d<strong>es</strong>sa data, aplicam-se os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração<br />
básica e juros aplicados à caderneta de poupança. D<strong>es</strong>taca-se, quanto à não liquidez d<strong>es</strong>te decisum, o fato de que o réu<br />
possui maior<strong>es</strong> condiçõ<strong>es</strong> e facilidad<strong>es</strong> na elaboração dos discriminativos dos valor<strong>es</strong> em qu<strong>es</strong>tão, já detentor dos<br />
elementos de cálculos. Tal posicionamento coaduna-se com o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 04 da<br />
Turma Recursal do Espírito Santo e 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. D<strong>es</strong>ta feita, após a apuração<br />
adminis<strong>tr</strong>ativa dos valor<strong>es</strong> em comento, a ser considerada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei<br />
10.259/2001, será então expedido o requisitório adequado.<br />
Pelo exposto, dê-se provimento ao recurso interposto. Sentença reformada.<br />
Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, em atenção ao art. 55 da Lei n. 9.099/1995.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />
do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
155 - 2009.50.52.000674-3/01 ALZIRA ALVES DE ALMEIDA (ADVOGADO: MARIA ISABEL PONTINI, MARIA REGINA<br />
COUTO ULIANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA<br />
FONSECA FERNANDES GOMES.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.52.000674-3/01<br />
Recorrente : ALZIRA ALVES DE ALMEIDA<br />
Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE - AUSÊNCIA DE PROVA<br />
MATERIAL CONTEMPORÂNEA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto por ALZIRA ALVES DE ALMEIDA con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fls. 57/61, que julgou<br />
improcedente o pedido inicial.<br />
2. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a recorrente que, ao con<strong>tr</strong>ário da conclusão ao que chegou o juízo de origem, foram<br />
colacionados aos autos documentos suficient<strong>es</strong> para constituir início de prova material. Sustenta que não pode ser<br />
d<strong>es</strong>prezada a conclusão da en<strong>tr</strong>evista realizada pelo INSS e, por fim, que o companheiro da recorrente, Sr. Germinio<br />
Gonçalv<strong>es</strong> Franco, com quem convive d<strong>es</strong>de 1968, é aposentado como <strong>tr</strong>abalhador rural, o que também pode ser<br />
considerado como início razoável de prova material.<br />
3. A Turma Nacional de Uniformização fixou entendimento de que “para fins de comprovação do tempo de labor rural, o<br />
início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”, de acordo com sua Súmula 34.<br />
4. No caso dos autos, consoante observou o juízo de origem, os documentos apr<strong>es</strong>entados não são contemporâneos ao<br />
período em que a parte autora afirma ter <strong>tr</strong>abalhado no campo: a en<strong>tr</strong>evista feita pelo Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais<br />
(fl. 16), bem como o documento de identificação emitido pelo referido órgão (fl. 17) são de agosto de 2008; as guias de<br />
recolhimento de con<strong>tr</strong>ibuição sindical de fls. 18/19 também são relativas ao ano de 2008, assim como as declaraçõ<strong>es</strong> de fls.<br />
20, 21 e 26.<br />
5. Merece regis<strong>tr</strong>o, ainda, a circunstância de que, tanto a “certidão de casamento” da recorrente e do Sr. Germinio<br />
Gonçalv<strong>es</strong>, emitida pela Paróquia de Santa Cruz de Ataléia (fl. 43), quanto as certidõ<strong>es</strong> de nascimento de fls. 41, 42 e 45<br />
não mencionam a profissão da recorrente ou de seu cônjuge.<br />
6. A conclusão da en<strong>tr</strong>evista adminis<strong>tr</strong>ativa realizada pelo INSS (fl. 32), ante seu caráter subjetivo, não tem o condão de<br />
vincular o entendimento do juízo, sendo oportuno observar, ainda, que a cópia do cartão magnético de fl. 44, embora<br />
comprove que o companheiro da recorrente perceba benefício previdenciário, não <strong>es</strong>pecifica se o m<strong>es</strong>mo se aposentou<br />
como segurado <strong>es</strong>pecial, inexistindo prova nos autos n<strong>es</strong>te sentido.<br />
7. As declaraçõ<strong>es</strong> e documentos constant<strong>es</strong> dos autos, portanto, fora da época dos fatos, não são consideradas como início<br />
de prova material, pois extemporâneos, não tendo validade jurídica para os fins do benefício.