17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO<br />

INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

101 - 2008.50.53.000645-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ<br />

RODRIGUES.) x ADWALTER ANTONIO CAETANO (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.53.000645-0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : ADWALTER ANTONIO CAETANO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE PERÍODO TRABALHADO EM CONDIÇÕES<br />

ESPECIAIS – PINTOR INDUSTRIAL - EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS – CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO<br />

EM VIGOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS em face da sentença que o<br />

condenou a conceder à parte autora o benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição integral.<br />

2. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, argumenta o recorrente que existem dois vínculos de emprego considerados <strong>es</strong>peciais que<br />

não constam do Cadas<strong>tr</strong>o Nacional de Informação Social, razão pela qual devem ser d<strong>es</strong>considerados. Afirma que não há<br />

comprovação, nos termos da legislação em vigor, de enquadramento do autor nas atividad<strong>es</strong> consideradas como <strong>es</strong>peciais,<br />

pois os documentos juntados pelo autor em nenhum momento comprovam que o m<strong>es</strong>mo era Pintor de Pistola, tal como<br />

previsto no art. 2º do Decreto n. 53.831/64, ou que o m<strong>es</strong>mo <strong>es</strong>taria exposto a pintura com pistola empregando tintas com<br />

pigmentos de chumbo, tal como previsto no código 1.0.8 do anexo IV do Decreto 2.172/97. Sustenta que o simpl<strong>es</strong> fato do<br />

autor ser pintor, ou auxiliar de pintor, não significa que o m<strong>es</strong>mo utilizasse pistola para o d<strong>es</strong>empenho de suas atividad<strong>es</strong>.<br />

Aduz que, a partir de 29/04/1995, data da en<strong>tr</strong>ada em vigor da Lei n. 9.032, deveria o segurado comprovar a efetiva<br />

exposição a agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos nos níveis <strong>es</strong>tabelecidos pela legislação previdenciária, conforme jurisprudência<br />

colacionada, ao passo que a sentença reconhece o enquadramento sem qualquer comprovação a<strong>tr</strong>avés de laudos ou<br />

formulários, apenas com base no Perfil Profissiográfico Previdenciário referente ao período de 1995 a 1997, não suficiente<br />

à comprovação da atividade <strong>es</strong>pecial, sobretudo em todo o período apontado na inicial.<br />

3. O CNIS - Cadas<strong>tr</strong>o Nacional de Informaçõ<strong>es</strong> Sociais é elaborado pelas informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas pelos empregador<strong>es</strong>,<br />

fugindo à alçada e à r<strong>es</strong>ponsabilidade do empregado a verificação acerca do cumprimento d<strong>es</strong>sa obrigação. Sendo assim,<br />

a ausência de regis<strong>tr</strong>o no CNIS constitui pr<strong>es</strong>unção relativa que se revelou con<strong>tr</strong>ariada pelas anotaçõ<strong>es</strong> contidas na Carteira<br />

de Trabalho da segurada, hábeis a comprovar a existência dos con<strong>tr</strong>atos de <strong>tr</strong>abalho nos períodos apontados na exordial.<br />

4. Consoante redação original do artigo 57 da Lei n.º 8213/91, a caracterização do <strong>tr</strong>abalho como insalubre se realizava<br />

a<strong>tr</strong>avés da atividade efetivamente exercida pelo segurado, segundo classificação constante no anexo do Decreto 53.831 de<br />

25/03/1964 e nos Anexos I e II do Decreto nº 83.080, de 24.01.1979.<br />

5. Com o advento da Lei n.º 9.032/95, determinou-se a comprovação da efetiva exposição a agent<strong>es</strong> nocivos à saúde em<br />

caráter habitual e permanente, a ser então realizada a<strong>tr</strong>avés dos formulários SB-40 e DSS-8030 até a promulgação do<br />

Decreto n.º 2.172 de 05.03.1997, que regulamentou a Medida Provisória n.º 1.523/96, posteriormente convertida na Lei n.º<br />

9.528 de 10.12.1997, condicionando o reconhecimento da <strong>es</strong>pecialidade de determinado labor à apr<strong>es</strong>entação de laudo<br />

técnico.<br />

6. Todavia, não se pode rejeitar os formulários SB-40 e DSS-8030 em razão da inexistência de laudo, vez que os referidos<br />

documentos autorizam a pr<strong>es</strong>unção de que a empr<strong>es</strong>a possui laudo técnico pericial, tornando d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária sua<br />

apr<strong>es</strong>entação na ocasião do requerimento do benefício. Afinal, em tais documentos, a empr<strong>es</strong>a expõe os fator<strong>es</strong> de risco<br />

apurados nos PPRA, PCMSO, PGR e LTCAT, sendo r<strong>es</strong>ponsável pelas informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas. Tais aferiçõ<strong>es</strong><br />

permanecem em poder da empr<strong>es</strong>a podendo ser consultadas pelos peritos do INSS, nos termos da legislação<br />

previdenciária.<br />

7. Logo, ainda que sejam considerados os períodos <strong>tr</strong>abalhados em atividad<strong>es</strong> insalubr<strong>es</strong> e prejudiciais à saúde<br />

demons<strong>tr</strong>ados, não mediante a en<strong>tr</strong>ega do SB-40, mas constatados pela apr<strong>es</strong>entação da Carteira de Trabalho, pois<br />

pr<strong>es</strong>tados ant<strong>es</strong> da Lei 9.032, de 1995, não se pode dizer o m<strong>es</strong>mo quanto ao período posterior a <strong>es</strong>ta data, com relação<br />

aos quais deve ser apr<strong>es</strong>entado, ao menos, o Perfil Profissiográfico Previdenciário.<br />

8. Na hipót<strong>es</strong>e em apreço, o autor, executando a função de pintor para indús<strong>tr</strong>ias de cons<strong>tr</strong>ução e montagem, ficava<br />

exposto a solvent<strong>es</strong> e tintas (hidrocarbonetos), enquadrando-se na hipót<strong>es</strong>e prevista no item 1.2.11 e item 1.2.10,<br />

r<strong>es</strong>pectivamente dos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79 que contemplavam as operaçõ<strong>es</strong> executadas com derivados<br />

tóxicos do carbono.<br />

9. Pr<strong>es</strong>tando serviços em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais, nos termos da legislação vigente à época, anterior à edição do Decreto nº<br />

2.172/97, faz jus à conversão do tempo de serviço pr<strong>es</strong>tado sob condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais em comum, para fins de<br />

aposentadoria, a teor do já citado art. 70 do Decreto 3.048/99.<br />

10. O Perfil Profissiográfico Previdenciário juntado aos autos refere-se ao período de 07/11/1995 a 21/11/1997, quando o<br />

autor <strong>tr</strong>abalhou para a empr<strong>es</strong>a Imenospen – Indús<strong>tr</strong>ia mecânica Nossa Senhora da Penha, fazendo prova da condição<br />

<strong>es</strong>pecial em que o <strong>tr</strong>abalho era exercido (fl. 52/53), não havendo que se condicionar o reconhecimento da <strong>es</strong>pecialidade de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!