17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

faticamente <strong>es</strong>clarecida pela prova t<strong>es</strong>temunhal realizada em audiência. As alegaçõ<strong>es</strong> da parte e sua t<strong>es</strong>temunha foram<br />

coerent<strong>es</strong>, claras e uníssonas, convergindo com o cenário externado pelos documentos acostados no intuito de comprovar<br />

a união <strong>es</strong>tável, sendo, assim, cristalina a convivência more uxorio en<strong>tr</strong>e a demandante e o falecido, até a data do óbito.<br />

Deveras, por uma suc<strong>es</strong>são de fator<strong>es</strong> externos, os quais foram enunciados e <strong>tr</strong>anscritos na sentença guerreada, infere-se<br />

que a parte, com efeito, apr<strong>es</strong>entava endereços distintos, mas que tal fato não d<strong>es</strong>constituiu sua união <strong>es</strong>tável com seu<br />

falecido cônjuge. Impera sobejar a qu<strong>es</strong>tão, r<strong>es</strong>saltando que problemas como falta de infra<strong>es</strong><strong>tr</strong>utura urbana e, assim,<br />

dificuldad<strong>es</strong> de receber corr<strong>es</strong>pondências foram fator<strong>es</strong> que influenciaram para a autora declarar que mora em Guaçuí/ES,<br />

mas recebia tais corr<strong>es</strong>pondências em Pr<strong>es</strong>idente Kennedy/ES – endereço do irmão do de cujus. Não há que se falar,<br />

portanto, em d<strong>es</strong>caracterização da União Estável, sendo tal conclusão fácil de chegar d<strong>es</strong>de que o próprio INSS<br />

inv<strong>es</strong>tigasse com mais afinco a celeuma ant<strong>es</strong> de indeferir o pedido em sede adminis<strong>tr</strong>ativa.<br />

Ante o exposto, imperioso que seja mantido o benefício concedido à parte autora, ora recorrida, sem se falar em violação<br />

aos dispositivos: art. 16, §3º, e 76, §2º da Lei 8.213/91 e 143 do Decreto 3.048/99, como quer ter reconhecido o INSS.<br />

Mantém-se a sentença impugnada in totum, por apr<strong>es</strong>entar cristalinidade e justiça em sua feitura.<br />

No mais, havendo, como há no caso, existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da<br />

pr<strong>es</strong>ença do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais<br />

insertos no art. 273, I e II, do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela. Trata-se de verba alimentar e<br />

de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a posição do juiz deve ser a de<br />

pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que possa ser causado ao<br />

recorrente. Nega-se, d<strong>es</strong>tarte, o pedido de efeito suspensivo ao recurso ora julgado.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS em honorários advocatícios, que fixo em<br />

10% do valor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

84 - 2008.50.50.004788-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE<br />

GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x MARLENE MAIA FERREIRA (ADVOGADO: EDILAMARA RANGEL GOMES.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.004788-7/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : MARLENE MAIA FERREIRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – CONFIGURADA DEPENDÊNCIA DO<br />

EX-CÔNJUGE DO SEGURADO FALECIDO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 336 DO STJ - CONCESSÃO INDEVIDA DE<br />

QUOTA-PARTE DO BENEFÍCIO – RESSARCIMENTO DOS VALORES SUBTRAÍDOS – RECURSO CONHECIDO E<br />

IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensão<br />

externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, condenando a autarquia previdenciária a pagar à autora o diferencial de sua quota-parte do<br />

benefício pensão por morte durante o período de 15.07.2003 a 31.07.2004. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais,<br />

que a autora não era dependente do segurado falecido, sendo que aquela inclusive renunciou à pensão alimentícia por<br />

ocasião da separação judicial; r<strong>es</strong>salta que a pensão por morte em qu<strong>es</strong>tão foi c<strong>es</strong>sada por tal motivo, mas reativada<br />

judicialmente por motivo diverso, qual seja: vício na c<strong>es</strong>sação.<br />

A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependent<strong>es</strong> do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da<br />

data do óbito ou da decisão judicial, em caso de morte pr<strong>es</strong>umida (art. 74 da Lei 8.213/91, em sua redação anterior à<br />

modificação in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei 9.528/97). O art. 16 da Lei n. 8.213/91 <strong>tr</strong>az um rol de dependent<strong>es</strong> do segurado: o cônjuge;<br />

a companheira; o companheiro; o filho não emancipado (de qualquer condição) menos de 21 anos ou inválido; os pais; e o<br />

irmão não emancipado (de qualquer condição) menor de 21 anos ou inválido. Regis<strong>tr</strong>e-se que, conforme dita o §4º d<strong>es</strong>se<br />

dispositivo legal, a dependência econômica é pr<strong>es</strong>umida para o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não<br />

emancipado (de qualquer condição) menor de 21 anos ou inválido.<br />

Os elementos dos autos demons<strong>tr</strong>am que a autora, ora recorrida, à época do falecimento do segurado JOSÉ FERREIRA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!