17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

seu pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na LOAS. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que<br />

para haver a constatação do requisito de miserabilidade é preciso analisar as peculiaridad<strong>es</strong> de cada caso concreto. D<strong>es</strong>se<br />

modo, requer a anulação da sentença, para que haja a ins<strong>tr</strong>ução probatória, ou, a reforma da sentença para ser dado<br />

provimento ao pedido da inicial, na hipót<strong>es</strong>e de já ter sido comprovada sua miserabilidade.<br />

2. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 65 (s<strong>es</strong>senta e cinco)<br />

anos ou mais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>.<br />

Para efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida<br />

independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de<br />

deficiência ou idoso aquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

3. Para o aferimento das condiçõ<strong>es</strong> de quem pleiteia o benefício assistencial, com a finalidade de ser concedido ou não tal<br />

benefício, é preciso proceder à perícia médica, que tem o fito de constatar a incapacidade da p<strong>es</strong>soa para o <strong>tr</strong>abalho e para<br />

a vida independente, e ao <strong>es</strong>tudo socioeconômico, para ser possível constatar se há renda per capita mensal familiar<br />

inferior a ¼ de salário mínimo vigente. É por meio d<strong>es</strong>t<strong>es</strong> dois laudos que o juiz a quo poderá verificar se deve ou não ser<br />

concedido o benefício a quem o pleiteia.<br />

4. Pelo que se pode vislumbrar dos autos em epígrafe, não foi realizada visita domiciliar (<strong>es</strong>tudo socioeconômico) para que<br />

fosse averiguada se há situação de miserabilidade do autor. Não há nos autos laudo pericial para se constatar a<br />

incapacidade alegada pelo recorrente.<br />

5. Tendo em vista a ausência de ambos os laudos, tanto a situação de vulnerabilidade social do autor, como a sua<br />

incapacidade decorrente de doença mental, não r<strong>es</strong>taram comprovadas, pois, não há o <strong>es</strong>tudo socioeconômico, nem a<br />

perícia médica. As avaliaçõ<strong>es</strong> de miserabilidade e incapacidade são fundamentos probatórios para que se verifique o direto<br />

do autor em receber o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada.<br />

6. O recurso deve ser conhecido e provido, para anular a sentença proferida e se remeter os autos ao juízo a quo.<br />

7. Recurso conhecido e provido. Sentença anulada.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo em ANULAR A SENTENÇA, e remeter os autos ao juízo de origem para prolação de<br />

novo provimento judicial, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Osair Victor de Oliveira Junior<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

48 - 2009.50.50.006017-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) DALCIMAR RITA FERREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO:<br />

FLAVIA QUINTEIRA MARTINS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE<br />

GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).<br />

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 2009.50.50.006017-3/01<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – AUSÊNCIA DA QUALIDADE DE SEGURADO – REGULARIZAÇÃO DAS<br />

CONTRIBUIÇÕES EM MOMENTO POSTERIOR AO ÓBITO - RECOLHIMENTO POST MORTEM - SENTENÇA MANTIDA<br />

– RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 52/55, que julgou improcedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de pensão por morte, ante a ausência da qualidade de segurado. Alega a recorrente, em<br />

suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o falecido cônjuge <strong>tr</strong>abalhou como doméstico-caseiro de 02/10/2000 a 25/02/2001, e, ainda que<br />

extemporâneo o pagamento das con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, deve ser reconhecido o regis<strong>tr</strong>o. Ademais, afirma que m<strong>es</strong>mo não havendo<br />

o recolhimento das con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, o benefício deve ser concedido, pois compete ao INSS a fiscalização dos recolhimentos.<br />

2. A sentença atacada não merece reforma. O último vínculo empregatício do de cujus teve fim em agosto de 1996 (fl. 50),<br />

podendo a qualidade de segurado ser prolongada por dois anos devido à ocorrência de d<strong>es</strong>emprego. Como o óbito ocorreu<br />

em fevereiro de 2001 (fl. 17), r<strong>es</strong>ta ausente a qualidade de segurado. Importa mencionar que o recolhimento, referente ao<br />

vínculo como con<strong>tr</strong>ibuinte individual, só foi efetuado em julho de 2001 (fl. 51), ou seja, após o falecimento. A possibilidade<br />

de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> post mortem já foi, por reiteradas vez<strong>es</strong>, afastada pela jurisprudência, como se ex<strong>tr</strong>ai da ementa abaixo<br />

<strong>tr</strong>anscrita:<br />

EMENTA PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO. PENSÃO POR MORTE. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. AUTÔNOMO. FALTA<br />

DA CONDIÇÃO DE SEGURADO. REGULARIZAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES POSTERIOR AO ÓBITO. RECOLHIMENTO<br />

POST MORTEM. ABATIMENTO/COMPENSAÇÃO SOBRE OS PROVENTOS DA PRÓPRIA PENSÃO. IMPOSSIBILIDADE.<br />

1. Enquanto, de acordo com o disposto no inciso II do art. 30 da Lei nº 8.212/91, a r<strong>es</strong>ponsabilidade pelo pagamento das<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias incumbia diretamente ao con<strong>tr</strong>ibuinte individual autônomo, a filiação ao Regime Geral da<br />

Previdência Social – RGPS não decorria automaticamente do exercício de atividade remunerada, mas, sim, do exercício da<br />

atividade associado ao efetivo recolhimento das con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, sendo, por isso, incabível, para fins de obtenção de pensão<br />

por morte, a regularização con<strong>tr</strong>ibutiva posterior ao óbito, mediante o recolhimento post mortem das con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!