17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

9. Nada obstante, a ausência do enquadramento da atividade d<strong>es</strong>empenhada pelo segurado como atividade <strong>es</strong>pecial não<br />

inviabiliza a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria, a teor do enunciado nº 198 da Súmula do extinto Tribunal <strong>Federal</strong> de Recursos:<br />

"Atendidos os demais requisitos, é devida a aposentadoria <strong>es</strong>pecial, se perícia judicial constata que a atividade exercida<br />

pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, m<strong>es</strong>mo não inscrita em Regulamento."<br />

10. Sendo assim, a d<strong>es</strong>peito da atividade d<strong>es</strong>empenhada pelo ora recorrente não <strong>es</strong>tar inscrita em Regulamento, caberia ao<br />

autor provar que a função exercida efetivamente o expunha a risco elevado e iminente, o que não ocorreu, já que sequer foi<br />

requerida perícia técnica para <strong>es</strong>te fim, ou m<strong>es</strong>mo a produção de prova t<strong>es</strong>temunhal que pud<strong>es</strong>se comprovar, por exemplo,<br />

que o autor <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se obrigado a <strong>tr</strong>abalhar portando arma de fogo.<br />

11. Inexistindo início razoável de prova material a comprovar o exercício de atividad<strong>es</strong> em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais que<br />

prejudiquem a saúde ou a integridade física do segurado, não procede a pretensão referente ao benefício de aposentadoria<br />

<strong>es</strong>pecial.<br />

12. Recurso conhecido e improvido.<br />

13. Defiro o pedido de assistência judiciária gratuita formulado à fl. 41, não havendo, em conseqüência, condenação em<br />

custas e honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO<br />

INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

90 - 2006.50.51.002155-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)<br />

x CARLOS DEBONA (ADVOGADO: SIDINÉIA DE FREITAS DIAS.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.002155-2/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

Recorrido : CARLOS DEBONA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – INOVAÇÃO RECURSAL NO TOCANTE<br />

À IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM DO PERÍODO POSTERIOR A 28/05/1998 –<br />

INOVAÇÃO – TESE NÃO ABORDADA EM CONTESTAÇÃO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fls.<br />

150/155, que julgou procedente o pedido para condenar o INSS a conceder ao autor o benefício previdenciário de<br />

Aposentadoria Especial, com DIB em 22/11/2005 (DER – fl. 41) e DIP na data da intimação da pr<strong>es</strong>ente sentença, bem<br />

como a pagar-lhe o valor das pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> vencidas, não atingidas pela pr<strong>es</strong>crição qüinqüenal.<br />

2. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que o enquadramento como atividade <strong>es</strong>pecial, de acordo com a legislação<br />

previdenciária, era realizado de acordo com a categoria profissional do segurado e que o autor, no período de 15/12/1974 a<br />

22/11/2005, <strong>tr</strong>abalhou nas funçõ<strong>es</strong> de Servente, Auxiliar e Mecânico, que não se enquadram na previsão legal, e, por <strong>es</strong>ta<br />

razão, a comprovação de que as atividad<strong>es</strong> eram d<strong>es</strong>envolvidas em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais dependeria de laudo técnico<br />

contemporâneo, não <strong>tr</strong>azido aos autos pelo autor. Sustenta que, a contar de 28.05.1998, data da edição da Medida<br />

Provisória 1.663-10/98, r<strong>es</strong>tou legalmente vedada a conversão em comum de tempo de serviço <strong>es</strong>pecial pr<strong>es</strong>tado após<br />

<strong>es</strong>sa data. Aduz que, com relação ao período de 15/12/1974 a 14/02/1976, em que o autor <strong>tr</strong>abalhou para a Empr<strong>es</strong>a de<br />

Minérios Alto Gironda Ltda, no cargo de auxiliar, não foi apr<strong>es</strong>entado laudo técnico de todo <strong>es</strong>te período, constando, ainda,<br />

a informação de que utilizava Equipamento de Proteção Individual – EPI; quanto ao período de 01/03/1976 a 11/03/1980, no<br />

qual <strong>tr</strong>abalhou para Sermagral Serraria de Mármor<strong>es</strong> e Granitos Ltda, nos cargos de servente e de soldador, aduz que o<br />

formulário de fl. 27, além de extemporâneo, não comprova a exposição a agent<strong>es</strong> nocivos e não informa a intensidade do<br />

ruído; quanto ao período de 01/06/1980 a 12/07/1982, quando o autor <strong>tr</strong>abalhou para Serraria de Mármor<strong>es</strong> Ricamar Ltda,<br />

no cargo de mecânico, e no período de maio de 1992 a 2005, alega que foram apr<strong>es</strong>entados formulários extemporâneos e<br />

documentos que demons<strong>tr</strong>am nível de ruído inferior<strong>es</strong> a 90, evidenciando a intermitência da exposição ao agente nocivo.<br />

Alega, por fim, que os formulários informam claramente que a parte autora utilizava EPI, motivo pelo qual não prospera o<br />

pedido de reconhecimento da <strong>es</strong>pecialidade da atividade.<br />

3. À exceção da exigência de laudo técnico para comprovar o exercício de atividad<strong>es</strong> em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais no período de<br />

15/12/1974 a 22/11/2005, todas as demais qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> <strong>tr</strong>atadas no recurso da autarquia previdenciária não foram abordadas<br />

na cont<strong>es</strong>tação de fls. 43/48, constituindo inovação. O art. 515, caput e § 1º, do CPC, r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge a análise recursal ao que já<br />

foi objeto de pedido quando da propositura da ação ou de sua cont<strong>es</strong>tação, r<strong>es</strong>tando, pois, preclusa a alusão a temas não<br />

debatidos nos autos, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição.<br />

4. Há falta de inter<strong>es</strong>se recursal no tocante à impugnação ao período compreendido en<strong>tr</strong>e 01/03/1976 e 31/10/197, no qual<br />

o autor d<strong>es</strong>empenhou a função de Servente. No particular, a r. sentença assim decidiu: “Considerando que a atividade de<br />

servente não <strong>es</strong>tá relacionada nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, como <strong>es</strong>pecial, como exposta a algum agente nocivo<br />

ou pela categoria profissional, o período 01/03/1976 a 31/10/1979 deve ser computado como tempo de atividade comum”<br />

(fl. 152).<br />

5. Quanto ao período de 15/12/1974 a 14/02/1976, a atividade profissional exercida em pedreira é classificada como<br />

insalubre, de acordo com o código 2.3.3 do Quadro Anexo do Decreto 83.080. Da m<strong>es</strong>ma forma, andou bem o juízo ao<br />

considerar que o período 01/11/1979 a 11/03/1980 deve ser computado como tempo de atividade <strong>es</strong>pecial, pois a atividade<br />

de soldador, exercida pelo autor durante <strong>es</strong>se período, é classificada como insalubre, de acordo com o código 2.5.3 do<br />

Quadro Anexo do Decreto 83.080.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!