17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – MISERABILIDADE AFERIDA - LOAS – ART. 34,<br />

PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO – PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS - RECURSO CONHECIDO E<br />

IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.50/51, que julgou procedente o pedido<br />

inicial, condenando a autarquia a r<strong>es</strong>tabelecer o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada à parte autora d<strong>es</strong>de a<br />

c<strong>es</strong>sação d<strong>es</strong>se m<strong>es</strong>mo benefício. Alega o INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que embora incon<strong>tr</strong>oversa a condição de<br />

deficiente da parte autora, sua mãe aufere renda mensal de benefício assistencial, do que r<strong>es</strong>ulta em renda per capita<br />

superior à <strong>es</strong>tipulada na lei, considerando o grupo familiar de 03 membros.<br />

2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir<br />

meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,<br />

considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma<br />

forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per<br />

capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

3. A condição de incapaz da autora é fato incon<strong>tr</strong>overso nos autos. No que tange ao requisito da miserabilidade, aduz a<br />

autarquia que a renda mensal per capita supera o limite objetivo de ¼ do salário-mínimo previsto no art. 20, § 3º da Lei<br />

8.742/93, razão pela qual o benefício assistencial não lhe é devido. A hipót<strong>es</strong>e dos autos revela, contudo, que a autora<br />

atende ao requisito de miserabilidade para o recebimento do benefício assistencial. No pr<strong>es</strong>ente caso, pelo documento de<br />

fls. 26/31, ficou constatado que a única renda do grupo familiar da autora, que r<strong>es</strong>ide com seus pais, é auferida por sua<br />

mãe, idosa, que recebe benefício assistencial no valor de um salário mínimo (fl. 13).<br />

4. N<strong>es</strong>te contexto, o art. 34 do Estatuto do Idoso, em seu parágrafo único, determinou que o benefício assistencial<br />

concedido a qualquer membro da família não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita.<br />

Deve-se, portanto, ser d<strong>es</strong>considerado o benefício da m<strong>es</strong>ma no cálculo da renda per capita. R<strong>es</strong>ta, por conseguinte,<br />

preenchido o requisito objetivo para a conc<strong>es</strong>são do benefício de amparo assistencial.<br />

5. Recurso conhecido e improvido.<br />

6. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Osair Victor de Oliveira Junior<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

54 - 2009.50.50.002544-6/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) EDINA EDUARDO CARONE (ADVOGADO: CATARINE<br />

MULINARI NICO, ANA ELISA MOSCHEN.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

CLEBSON DA SILVEIRA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 2009.50.50.002544-6/01<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –<br />

PREVALÊNCIA SOBRE LAUDOS PARTICULARES – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 85, que julgou improcedente o seu<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a sentença se<br />

baseou apenas no laudo médico pericial, ignorando os demais. Pugna, portanto, pela reforma da sentença.<br />

Ao se analisar o conjunto probatório pr<strong>es</strong>ente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 74/76, que a parte<br />

autora não se encon<strong>tr</strong>a incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho, <strong>es</strong>tando apta a exercer qualquer atividade, inclusive a que exerce<br />

habitualmente, qual seja, doméstica.<br />

Vale r<strong>es</strong>saltar quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:<br />

“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razõ<strong>es</strong> recursais.<br />

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!