boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
3. No que tange à alegação referente à DIB, verifica-se que <strong>es</strong>ta também deve ser procedente. O artigo 49, II, da Lei<br />
8.213/91, r<strong>es</strong>palda o entendimento da autarquia previdenciária, haja vista que o m<strong>es</strong>mo assevera que a DIB da<br />
aposentadoria por idade será a data da en<strong>tr</strong>ada do requerimento. Sendo assim, a DIB do pr<strong>es</strong>ente caso deve ser a de<br />
17/11/2003, conforme consta do documento de fl. 30.<br />
4. No que diz r<strong>es</strong>peito à alegação da autarquia previdenciária de que os juros de mora devem incidir a partir da citação<br />
válida, r<strong>es</strong>salta-se que os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em<br />
mora. De acordo com o art. 219 do CPC, é a citação válida que constitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do<br />
STJ, do seguinte teor: “Os juros de mora nas açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />
5. Cumpre aduzir, ainda, que a sentença foi prolatada em 04.02.2010, ou seja, n<strong>es</strong>ta data já <strong>es</strong>tava em vigor a Lei<br />
11.960/2009, de 30.06.2009; assim sendo, merece reforma o percentual de juros definidos naquela condenação.<br />
6. Sendo assim, deve o recurso ser parcialmente provido para que, nos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos, haja a incidência da pr<strong>es</strong>crição<br />
quinquenal, a DIB incida a partir do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo e para que a incidência dos juros de mora seja contado a<br />
partir da citação válida, conforme a Súmula 204 do STJ, nos termos da Lei n. 11.960/2009.<br />
7. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.<br />
8. Sem condenação em custas proc<strong>es</strong>suais e condenação ao pagamento de honorários advocatícios, devido à Assistência<br />
Jurídica Gratuita (fl. 249) e por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, de forma<br />
a reformar parcialmente a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do<br />
pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
95 - 2008.50.50.006746-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER<br />
DARROZ ROSSONI.) x MARIA TESCH LEMKE (ADVOGADO: RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.006746-1/01<br />
Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
Recorrido : MARIA TESCH LEMKE<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA RURAL POR IDADE - REQUISITOS LEGAIS – NÃO<br />
COMPROVAÇÃO DO LABOR RURAL SOB REGIME DE ECONOMIA – CÔNJUGE TRABALHADOR URBANO -<br />
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO - SENTENÇA REFORMADA.<br />
Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo, que<br />
julgou procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que houve<br />
ausência de início razoável de prova documental, uma vez que as provas seriam extemporâneas ou ineficient<strong>es</strong> para<br />
comprovação da atividade rural da recorrida no período imediatamente anterior ao requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. Sustenta<br />
ainda que a recorrida não se enquadra no regime de economia familiar, vez que o seu cônjuge <strong>tr</strong>abalhou por muito tempo<br />
em atividade urbana. Requer, assim, que seja reformada a sentença para negar procedência ao pedido autoral.<br />
Em primeiro lugar, é dever r<strong>es</strong>saltar que, nos termos do art. 143 da Lei 8.213/91, o <strong>tr</strong>abalhador rural referido na alínea “a”<br />
do inciso I e na alínea “g” do inciso V, e nos incisos VI e VII do art. 11 da m<strong>es</strong>ma lei, para fins de recebimento de<br />
aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o<br />
efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do<br />
benefício, por tempo igual ao número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente à carência do benefício postulado.