boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />
analisados na decisão colegiada.<br />
Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />
incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />
suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />
elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />
d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />
535 do CPC.<br />
Não obstante, não se observa, no caso, violação aos arts. 37, caput, e 198 da CR/88.<br />
No mais, quanto ao pedido de substituição dos medicamentos deferidos nos autos, a decisão embargada determinou a<br />
intimação da parte autora para manif<strong>es</strong>tar-se sobre a qu<strong>es</strong>tão, não havendo, portanto, omissão n<strong>es</strong>se aspecto.<br />
Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />
forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
151 - 2009.50.53.000510-3/01 LADIR DE PAULA DA SILVA (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.) x<br />
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº. 2009.50.53.000510-3/01<br />
Recorrente : LADIR DE PAULA DA SILVA<br />
Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA CUMULADO COM<br />
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE CONSTATADA – NÃO-PREVALÊNCIA DO<br />
CERTIFICADO DE REABILITAÇÃO – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 69/71, que julgou<br />
improcedente o pleito autoral, em que se pleiteava o r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença cumulado com a<br />
conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o m<strong>es</strong>mo não tem condiçõ<strong>es</strong><br />
de exercer a função para o qual <strong>es</strong>tá supostamente reabilitado, de forma a ser devido o r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de<br />
auxílio-doença.<br />
2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o<br />
caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15<br />
(quinze) dias consecutivos. Por sua vez, a aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida ao<br />
segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o<br />
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />
3. No pr<strong>es</strong>ente caso, verifica-se que deve ser reformada a sentença proferida pelo juiz a quo. Com efeito, a perícia judicial<br />
de fls. 50/51 at<strong>es</strong>tou que o recorrente não tem capacidade para exercer a sua atividade habitual. Todavia, por considerar o<br />
Certificado de Reabilitação à fl. 18 dos autos, at<strong>es</strong>tou que o recorrente tem condiçõ<strong>es</strong> de exercer a profissão de porteiro.<br />
4. Conforme consta da perícia do Juízo, a perita não nega a enfermidade do recorrente, o qual possui limitaçõ<strong>es</strong> na coluna<br />
lombar por conta de ar<strong>tr</strong>ose e abaulamento discal (<strong>es</strong>pondiloar<strong>tr</strong>ose ao nível da coluna lombo-sacra), tendo inclusive se<br />
submetido a procedimento cirúrgico para que fossem colocados parafusos e hast<strong>es</strong> metálicas de fixação na coluna.<br />
5. Tal enfermidade, conforme reconhece a própria perita, incapacita o autor para o exercício de sua atividade habitual.<br />
Conforme demons<strong>tr</strong>ado acima, a irr<strong>es</strong>ignação do recorrente é quanto à constatação, pela perita, de que <strong>es</strong>te pode exercer a<br />
função de porteiro, irr<strong>es</strong>ignação a qual aqui encon<strong>tr</strong>a guarida.<br />
6. A atividade de porteiro é atividade que importa a permanência do empregado na posição sentada por longos períodos, de<br />
forma que uma p<strong>es</strong>soa com o histórico de enfermidad<strong>es</strong> na coluna, como a do recorrente, sentirá sérias dificuldad<strong>es</strong> para<br />
exercer de modo satisfatório tal função. Ainda que fosse possível o exercício da atividade de porteiro por parte do<br />
recorrente, deve-se enfatizar que o próprio INSS acabou por invalidar o Certificado de Reabilitação confeccionado por ele,<br />
haja vista que tal documento foi confeccionado em 29 de abril de 2009 e a própria autarquia previdenciária concedeu ao<br />
recorrente ou<strong>tr</strong>o benefício de auxílio-doença após <strong>es</strong>sa data, conforme demons<strong>tr</strong>a o documento de fl. 84 dos autos.<br />
7. Tudo isso prova que o recorrente não foi devidamente reabilitado, conforme preconiza o artigo 62 da Lei 8.213/91, de