17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

seguint<strong>es</strong> documentos: certidão de casamento, ocorrido no ano de 1960, constando a profissão do cônjuge como “lavrador”<br />

(fl. 07), e certidão de regis<strong>tr</strong>o de propriedade rural em nome do cônjuge da autora, regis<strong>tr</strong>ada em 07/08/1990 (fl. 08).<br />

Cumpre <strong>es</strong>clarecer que a prova documental apr<strong>es</strong>entada é considerada pela jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia como início razoável de<br />

prova material, o que, por si só, já cumpre seu papel no caso em análise.<br />

Além disso, a condição de segurada <strong>es</strong>pecial r<strong>es</strong>tou comprovada pelos depoimentos colhidos em audiência.<br />

No entanto, o INSS, em seu recurso inominado, apr<strong>es</strong>enta um documento que, em t<strong>es</strong>e, levantaria dúvidas à conc<strong>es</strong>são do<br />

benefício em litígio. Deveras, nas fls. 61/62, consta uma consulta ao sistema CNIS que revela que a autora foi empregada<br />

e/ou funcionária pública da Prefeitura de Iúna/ES e, posteriormente, da Secretaria de Estado de Educação do Espírito Santo<br />

nos anos de 1993 a 2001, sendo que não há, no sistema, nem sequer dado pelo qual se possa concluir solidamente que<br />

tenha deixado de <strong>tr</strong>abalhar em tais circunstâncias.<br />

Na verdade, se levado em consideração, tal documento mitigaria as alegaçõ<strong>es</strong> da parte autora e suas t<strong>es</strong>temunhas em<br />

sede de depoimento t<strong>es</strong>temunhal, visto que <strong>es</strong>tas foram categóricas ao afirmar que, de fato, a autora laborou para a<br />

municipalidade, todavia, no efêmero lapso temporal de 1999 a 2000, o que não condiz com os elementos constant<strong>es</strong> em tal<br />

documento.<br />

Ora, muito embora a Súmula nº 41 da TNU assevere que o <strong>tr</strong>abalho urbano não implica, de per si, a d<strong>es</strong>caracterização do<br />

<strong>tr</strong>abalhador rural como segurado <strong>es</strong>pecial, ou<strong>tr</strong>ossim emana o comando da nec<strong>es</strong>sidade de se analisar o caso concreto.<br />

D<strong>es</strong>tarte, por tal análise, verifica-se que, pela revelação de tal documento, o tempo <strong>tr</strong>abalhado para o ente municipal foi<br />

demasiadamente longo, o que vai de encon<strong>tr</strong>o frontal com os pr<strong>es</strong>supostos legais de conc<strong>es</strong>são do benefício, impondo-se,<br />

portanto, pela reforma da sentença.<br />

Todavia, <strong>es</strong>sa qu<strong>es</strong>tão em <strong>es</strong>pecífico, suscitada pelo recorrente, não foi abordada em cont<strong>es</strong>tação. O art. 515, caput e § 1º,<br />

do CPC, r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge a análise recursal ao que já foi objeto de pedido quando da propositura da ação ou de sua cont<strong>es</strong>tação,<br />

r<strong>es</strong>tando, pois, preclusa a alusão a tema não debatido nos autos, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de<br />

jurisdição. D<strong>es</strong>tarte, não há que se falar em inovação em sede recursal, como o que foi observado no caso em d<strong>es</strong>taque.<br />

Quanto aos demais supedâneos fáticos, observa-se que são condizent<strong>es</strong> com os documentos apr<strong>es</strong>entados – supracitados<br />

- e as alegaçõ<strong>es</strong> t<strong>es</strong>temunhais, convergindo para o entendimento de que o pleito inicial merece guarida e conc<strong>es</strong>são por<br />

<strong>es</strong>te Juízo.<br />

Não obstante, abra-se vista, dos autos, ao Ministério Público <strong>Federal</strong>, nos termos requeridos (fl. 43).<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no valor de 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE<br />

PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

131 - 2006.50.51.001623-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da<br />

Rocha Rosado.) x IRENE COUTINHO EVANGELISTA (ADVOGADO: MARCO HENRIQUE KAMHAJI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.001623-4/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : IRENE COUTINHO EVANGELISTA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA RURAL POR IDADE - REQUISITOS LEGAIS –

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!