boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
a categorização da autora como <strong>tr</strong>abalhadora rural d<strong>es</strong>de um lapso temporal considerável (com início aproximadamente na<br />
década de 70). D<strong>es</strong>tarte, infere-se que a conc<strong>es</strong>são do benefício guerreado apr<strong>es</strong>enta-se como justa e irretocável.<br />
Ilus<strong>tr</strong>a-se o posicionamento jurisdicional a r<strong>es</strong>peito da matéria analisada no caso em lume: “PREVIDENCIÁRIO.<br />
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. BOIA-FRIA. CONCESSÃO. COMPROVAÇÃO. DOCUMENTO<br />
EXTEMPORÂNEO. PROVA TESTEMUNHAL. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS.<br />
TUTELA ESPECÍFICA. A contemporaneidade en<strong>tr</strong>e a prova documental e o período de labor rural equivalente à carência<br />
não é exigência legal, de forma que podem ser aceitos documentos que não corr<strong>es</strong>ponda, precisamente ao intervalo<br />
nec<strong>es</strong>sário a comprovar. Precedent<strong>es</strong> do STJ.” (TFR – 4ª REGIÃO – APELAÇÃO CÍVEL: AC 3310/PR).<br />
Vale d<strong>es</strong>tacar ainda o seguinte julgado: “PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TEMPO<br />
DE SERVIÇO RURAL. RECONHECIMENTO. VALORAÇÃO PROBATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 07/STJ.<br />
INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL. PERÍODO DE CARÊNCIA. COMPROVAÇÃO. 1.<br />
Constitui valoração, e não reexame de provas, a verificação do acervo probatório dos autos com vistas a confirmar o<br />
alegado exercício de atividade rurícola. 2. Para fins de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade, a lei não exige que o<br />
início de prova material se refira precisamente ao período de carência do art. 143 da Lei n.º 8.213/91, d<strong>es</strong>de que robusta<br />
prova t<strong>es</strong>temunhal amplie sua eficácia probatória, como ocorre na hipót<strong>es</strong>e em apreço.” (STJ, AGRESP 200700899805,<br />
RELATORA: LAURITA VAZ, STJ, ÓRGÃO JULGADOR: QUINTA TURMA, DJ DATA: 26/11/2007 PG: 00240).<br />
No mais, d<strong>es</strong>cabe analisar a alegação da recorrente no que tange à vigência da Lei Complementar nº 11 de 25 de maio de<br />
1971, mudando-se o período de carência nec<strong>es</strong>sário para a percepção do benefício. Deveras, <strong>es</strong>sa qu<strong>es</strong>tão em <strong>es</strong>pecífico,<br />
suscitada pelo recorrente, não foi abordada em cont<strong>es</strong>tação. O art. 515, caput e § 1º, do CPC, r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge a análise recursal<br />
ao que já foi objeto de pedido quando da propositura da ação ou de sua cont<strong>es</strong>tação, r<strong>es</strong>tando, pois, preclusa a alusão a<br />
tema não debatido nos autos, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição. D<strong>es</strong>tarte, não há que se falar em<br />
inovação em sede recursal, como o que foi observado no caso em d<strong>es</strong>taque.<br />
Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida in totum.<br />
Recurso ao qual se nega provimento.<br />
Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />
em 10% (dez por cento) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />
da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
94 - 2008.50.50.007199-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO<br />
PAIVA.) x IZAURA MARTA DEMUNER PERIN (ADVOGADO: VALTER JOSÉ COVRE.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.007199-3/01<br />
Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
Recorrido : IZAURA MARTA DEMUNER PERIN<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –<br />
INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO A PARTIR DO REQUERIMENTO<br />
ADMINISTRATIVO – INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA, CONFORME A SÚMULA<br />
204 DO STJ –INCIDÊNCIA DA LEI 11.960/2009 AO PRESENTE CASO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –<br />
SENTENÇA REFORMADA.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 245/249, que julgou<br />
procedente o pleito autoral, de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais,<br />
que deve ser declarada a pr<strong>es</strong>crição quinquenal das parcelas anterior<strong>es</strong> ao ajuizamento da ação, que a DIB deve ser a<br />
partir do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, que os juros de mora devem incidir a partir da citação válida e que deve ser aplicada<br />
a Lei 11.960/09, quanto à atualização monetária.<br />
2. Verifica-se, no pr<strong>es</strong>ente caso, que a con<strong>tr</strong>ovérsia existente diz r<strong>es</strong>peito apenas a qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> proc<strong>es</strong>suais, não pautados no<br />
mérito da causa. Quanto à alegação da autarquia previdenciária de que deve incidir a pr<strong>es</strong>crição quinquenal aos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong><br />
autos, tem-se que tal alegação procede, haja vista que a referida pr<strong>es</strong>crição encon<strong>tr</strong>a guarida no artigo 103, parágrafo<br />
único, da Lei 8.213/91.