17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.314 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1. Trata-se de recurso inominado interposto por TERESINHA BASTOS MARTINS con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fls. 53/54, que<br />

julgou improcedente o pedido formulado na inicial.<br />

2. Em suas razõ<strong>es</strong>, alega a recorrente que não se pode afirmar que deixou de cumprir os requisitos legais de carência e<br />

idade, pois, em relação à primeira, possuía 86 m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição até 31 de maio de 1991, quando se exigia apenas 60<br />

anos, sendo que, em 2005, completou a idade mínima exigida, devendo ser reformada a r. sentença de primeiro grau.<br />

3. A conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por idade pr<strong>es</strong>supõe o preenchimento de certos requisitos, senão os quais: o<br />

cumprimento do período de carência nec<strong>es</strong>sário, exigido na própria Lei n° 8.213/91, bem como que o segu rado tenha 65<br />

anos de idade, se for membro do sexo masculino, e 60 anos, se for do sexo feminino.<br />

4. Na hipót<strong>es</strong>e em apreço, o requisito idade encon<strong>tr</strong>a-se satisfeito, pois a autora completou 60 anos em 12/11/2005, visto<br />

que nasceu em 12/11/1945 (fl. 06).<br />

5. Contudo, ainda que o preenchimento simultâneo dos requisitos da aposentadoria por idade não seja nec<strong>es</strong>sário, como<br />

vem sendo defendido há tempos na jurisprudência o período de carência exigido não r<strong>es</strong>tou demons<strong>tr</strong>ado. A autora<br />

ingr<strong>es</strong>sou no sistema previdenciário ant<strong>es</strong> da edição da Lei 8.213/91, fazendo jus à utilização da regra de <strong>tr</strong>ansição d<strong>es</strong>crita<br />

no art. 142 daquele diploma. Tendo completado 60 anos em 2005, nec<strong>es</strong>sitava de 144 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para se aposentar por<br />

idade, ao passo que, na data que implementou o requisito etário, possuía apenas 89 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, número de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

insuficiente para o deferimento da aposentadoria.<br />

6. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, o que faço com base no art. 46 da Lei 9.099/95, aplicável<br />

subsidiariamente aos Juizados Especiais Federais.<br />

7. Recurso conhecido e improvido.<br />

8. Custas recolhidas à fl. 57. Condenação da parte recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10%<br />

do valor da causa, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO<br />

INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

104 - 2008.50.50.001845-0/01 SELMO DELCI MACHADO (ADVOGADO: CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.001845-0/01<br />

Recorrente : SELMO DELCI MACHADO<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO- AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO – ALUNO APRENDIZ –<br />

AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA OU EQUIVALENTE – NÃO CONFIGURAÇÃO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO<br />

- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto por SELMO DELCI MACHADO con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fls. 71/73, que julgou<br />

improcedente o pedido de averbação de tempo de serviço relativo ao período postulado na inicial.<br />

2. Segundo o juízo de origem, os períodos declarados nas Certidõ<strong>es</strong> de Tempo Escolar de folhas 39 e 40, não merecem ser<br />

considerados como tempo de serviço na qualidade de aluno aprendiz, pois não ficou provado que o autor recebia<br />

remuneração à conta do Orçamento da União, sendo que a simpl<strong>es</strong> declaração de que as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as ordinárias eram<br />

custeadas pela União não é capaz de configurar o tempo de aluno aprendiz.<br />

3. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que as certidõ<strong>es</strong> juntadas aos autos comprovam o recebimento de<br />

remuneração à conta do orçamento da União, a<strong>tr</strong>avés da declaração, constante da certidão, de que as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as ordinárias<br />

eram custeadas pela União. Alega que, embora não tenha comprovado a percepção de remuneração direta, comprovou<br />

que percebia ou<strong>tr</strong>as formas de remuneração pelo <strong>tr</strong>abalho, como alimentação, material <strong>es</strong>colar e execução de encomendas<br />

para terceiros, apta a configurar a condição de <strong>tr</strong>abalho como menor aprendiz e, em conseqüência, a averbação do<br />

r<strong>es</strong>pectivo período junto à Previdência Social.<br />

4. A suposta execução de encomendas para terceiros não r<strong>es</strong>tou comprovada nos autos. A mera hospedagem e<br />

alimentação não se confundem com o conceito de remuneração. O aluno-aprendiz faz jus à contagem ao tempo r<strong>es</strong>pectivo<br />

apenas quando há vínculo empregatício com <strong>es</strong>cola da rede oficial de ensino ou reconhecida, o que não r<strong>es</strong>tou comprovado<br />

na hipót<strong>es</strong>e em apreço.<br />

5. Precedent<strong>es</strong> do C. STJ: "PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ.<br />

ESCOLA TÉCNICA. 1. O tempo de <strong>es</strong>tudante pr<strong>es</strong>tado como aluno-aprendiz em <strong>es</strong>cola técnica pode ser computado para<br />

fins de complementação de tempo de serviço, objetivando fins previdenciários, em face da remuneração percebida e da<br />

existência do vínculo empregatício. 2. Inteligência do artigo 58, inciso XXI, do Decreto 611/92. 3. Recurso não conhecido."<br />

(REsp 207.382-RS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJU de 05/06/2000).<br />

6. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão de<br />

decidir.<br />

7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

8. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, tendo em vista que a recorrente goza do benefício da assistência<br />

judiciária gratuita (fl. 52).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!