Direito da Propriedade - Fundação Getulio Vargas
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lotes foram comprados por meio de três pessoas, sendo 181 em duplici<strong>da</strong>de.<br />
Duas delas — Paulo Goulart e Hélio Ribeiro — foram autoriza<strong>da</strong>s a transferir<br />
determinados lotes por procuração recebi<strong>da</strong> de Rosa Lia Assis, que substabeleceu<br />
o man<strong>da</strong>to <strong>da</strong> fi lha. A terceira, Eliane Pereira <strong>da</strong> Mota, alega ter contrato<br />
com a empreendedora para vender parte deles. Rosa Lia Assis negou conhecêla.<br />
Há ain<strong>da</strong> 78 uni<strong>da</strong>des vendi<strong>da</strong>s sem documentos no condomínio.<br />
De acordo com a auditoria, 567 lotes foram negociados em duplici<strong>da</strong>de.<br />
A maioria, 386, seriam de responsabili<strong>da</strong>de direta <strong>da</strong> empreendedora. Os<br />
preços de ven<strong>da</strong> variaram entre R$ 1,5 mil e R$ 40 mil. De acordo com o<br />
síndico, somente de 2001 para cá, Rosa Lia teria embolsado mais de R$ 6 milhões.<br />
Mas os compradores têm difi cul<strong>da</strong>des de localizar bens em seu nome e<br />
<strong>da</strong> fi lha. As duas moram em casa aluga<strong>da</strong> no Lago Sul.<br />
Rosa Lia Assis afi rmou ao Correio que, <strong>da</strong>s 1.002 uni<strong>da</strong>des, vendeu em<br />
torno de 600 e que ain<strong>da</strong> tem cerca de 380 disponíveis — 165 estariam em<br />
nome <strong>da</strong> cozinheira e <strong>da</strong> babá e de uma ex-faxineira. O síndico Enoch de<br />
Carvalho contesta. Diz que ela tem apenas sete, em nome de empregados,<br />
porque os compradores dos demais já se apresentaram.<br />
O processo para regularização do condomínio Parque <strong>da</strong>s Andorinhas está<br />
na Terracap desde agosto de 2004. Mas existem três ações judiciais em tramitação<br />
na Vara de Registros Públicos do DF questionando a titulari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> área e a<br />
escritura de constituição do condomínio. A empreendedora apresentou o projeto<br />
urbanístico e topográfi co, mas ain<strong>da</strong> não foram aprovados pela Terracap.<br />
A empreendedora Rosa Lia Assis admitiu ao Correio a ven<strong>da</strong> do mesmo lote<br />
a mais de uma pessoa “por desorganização” dos seus ca<strong>da</strong>stros, mas promete<br />
devolver o dinheiro corrigido, conforme está no contrato, a todos os compradores<br />
que quiserem desfazer o negócio. “Estou disposta a devolver o dinheiro<br />
para todo mundo que queira desistir dos lotes”, garante. Ela alega que não<br />
pode tomar nenhuma atitude ou prestar esclarecimentos sem conhecer a listagem<br />
de lotes vendidos em duplici<strong>da</strong>de que a atual administração dispõe.<br />
Rosa Lia conta que pediu essa lista ao atual síndico, mas que ele exigiu<br />
o pagamento de R$ 6.609,40 para fornecer os documentos, o que achou<br />
abusivo. “Como posso tomar qualquer atitude, sem saber a listagem que o<br />
condomínio tem e quem emitiu os documentos?” A empreendedora questionou<br />
também a auditoria, por não ter havido a participação de integrantes <strong>da</strong>s<br />
administrações anteriores.<br />
O síndico Enock de Carvalho afi rma que o preço cobrado, que poderia ser<br />
pago em duas parcelas, é para cobrir os custos <strong>da</strong>s fotocópias (13.968 folhas)<br />
e de serviço de terceiros (R$ 2.500). Exigiu ain<strong>da</strong> que a empreendedora explicasse<br />
a fi nali<strong>da</strong>de que pretende <strong>da</strong>r aos documentos. Segundo Carvalho, o<br />
condomínio teve custos para fazer a auditoria e catalogar todos os contratos<br />
dos compradores.<br />
DIREITO DE PROPRIEDADE<br />
FGV DIREITO RIO 48