Direito da Propriedade - Fundação Getulio Vargas
Direito da Propriedade - Fundação Getulio Vargas
Direito da Propriedade - Fundação Getulio Vargas
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
obra. Inteligência do art.1.313 do Código Civil. Alegação de risco à estrutura<br />
do imóvel não demonstra<strong>da</strong>. Laudo produzido em feito que tramitou pelo Juízo<br />
<strong>da</strong> 17ª Vara Cível que afi rma ter cessado o perigo para estabili<strong>da</strong>de do imóvel,<br />
com relação a sua estrutura. Impossibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> apelante condicionar o término<br />
<strong>da</strong> obra ao pagamento de indenização já reconheci<strong>da</strong> em sentença proferi<strong>da</strong> pelo<br />
Juízo supra mencionado, atualmente em grau de apelação. Recurso desprovido.<br />
0019342-82.2006.8.19.0001 (2007.001.10931) — APELACAO<br />
DES. FRANCISCO DE ASSIS PESSANHA — Julgamento: 22/08/2007<br />
— SEXTA CAMARA CIVEL<br />
OBRIGAÇÃO DE FAZER. PRÉDIO LIMÍTROFE. REALIZAÇÃO DE<br />
OBRA. INGRESSO EM TERRENO VIZINHO. PROCEDÊNCIA DO PE-<br />
DIDO. SENTENÇA MANTIDA.Tem o proprietário de prédio limítrofe o<br />
dever de tolerar que o vizinho ingresse em sua proprie<strong>da</strong>de para dela temporariamente<br />
usar, quando for indispensável à construção.RECURSO DESPRO-<br />
VIDO.<br />
— <strong>Direito</strong> de retenção que se torna irregular com o uso <strong>da</strong> coisa:<br />
REsp 613.387/MG, Rel. MIN. NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TUR-<br />
MA, julgado em 02/10/2008, DJe 10/12/2008<br />
DIREITO CIVIL. DIREITO DE PROPRIEDADE. POSSE DE BOA-<br />
FÉ. DIREITO DE RETENÇÃO QUE SE TORNAR IRREGULAR COM<br />
O USO DA COISA. DEVER DO RETENTOR DE INDENIZAR O PRO-<br />
PRIETÁRIO COMO SE ALUGUEL HOUVESSE.<br />
— O direito de retenção assegurado ao possuidor de boa-fé não é absoluto.<br />
Pode ele ser limitado pelos princípios <strong>da</strong> ve<strong>da</strong>ção ao enriquecimento sem causa<br />
e <strong>da</strong> boa-fé objetiva, de forma que a retenção não se esten<strong>da</strong> por prazo indeterminado<br />
e interminável.<br />
— O possuidor de boa-fé tem o direito de detenção sobre a coisa, não sendo<br />
obrigado a devolvê-la até que seu crédito seja satisfeito, mas não pode se utilizar<br />
dela ou perceber seus frutos. Reter uma coisa, não equivale a servir-se dela. O<br />
uso <strong>da</strong> coisa reti<strong>da</strong> constitui abuso, gerando o dever de indenizar os prejuízos<br />
como se aluguel houvesse.<br />
— Afi gura-se justo que o proprietário deva pagar pelas acessões introduzi<strong>da</strong>s,<br />
de boa-fé, no terreno e que, por outro lado, os possuidores sejam obrigados a pagar<br />
um valor, a ser arbitrado, a título de aluguel, pelo uso do imóvel. Os créditos<br />
recíprocos haverão de ser compensados de forma que o direito de retenção será<br />
exercido no limite do proveito que os retentores tenham <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de alheia.<br />
Recurso Especial provido.<br />
DIREITO DE PROPRIEDADE<br />
FGV DIREITO RIO 93