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enlodados, em que se encontra terra e restos orgânicos;
fenos enferrujados, que se distinguem por um pó amarello
escuro, que os mancha; fenos ardidos, bolorentos
ou podres, que apresentam um cheiro particular. Estas
alterações são freqüentes nos nossos fenos, e desgraçadamente
devidas a falta de cuidados na sua colheita e na
cultura dos prados.
Os fenos, que contêm plantas venenosas, podem utilizar—se,
escolhendo-lhes bem estas plantas; e os enlodados,
lavando-os muito em agua corrente; mas se os vegetaes
já estiverem alterados, tanto estes, como os ardidos,
bolorentos ou podres, devem empregar-se para estrume
ou outro destino, mas nunca para alimento.
As qualidades do feno são as mesmas das hervas que
os constituem; por isso regule-se o seu emprego pelo
que acima disse a respeito d'estas: são mais nutritivos
os fenos das leguminosas do que os das gramineas, os
dos prados artificiaes do que dos naturaes; c qualquer
d'estes fenos é tanto mais nutritivo, quanto as plantas
forem menos aquosas. Tem-se calculado que, na maior
parte das plantas, vinte e cinco partes de feno nutrem
tanto, como cem de verde; todavia a quantidade dos
princípios nutritivos pôde variar na mesma planta pela
natureza do solo, do clima, da cultura, da colheita, etc;
e é talvez a esta circumstancia, que se devem attribuir
os resultados contradictorios das experiências relativas
ás qualidades nutritivas do feno e do verde da mesma
planta.
Depois dos grãos, são os fenos o alimento mais nutritivo
e conveniente para todos os herbivoros, principalmente
para o cavallo, burro, muares e boi. A quantidade
de feno necessária para sustentar um animal no espaço
de vinte e quatro horas, tem sido calculada pela forma
seguinte: por cada 100 kil. de pezo vivo do animal, para
o gado grosso (cavallar e bovino) 3 kil. de bom feno; e
para o gado miúdo ovino e caprino) 4 kil. de bom feno.