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Guarde as matérias suspeitas, que encontrar, e egualmente
as expellidas pelo vomito', e pelas dejecções fe-
Caes nos animaes que não vomitam. Estas matérias, nas
quaes se suspeita haver veneno, devera ser conservadas
em vidros bem arrolhados, e lacrados com o sello da
auctoridade e as rubricas d'esta e do Veterinário, e èntre*gues
á auctoridade para acompanharem o exame do corpo
de delicto.
Se o animal estiver morto deve o Veterinário informar-se
acerca do local em que morreu, e ha quanto tempo
teve logar a morte; examine o exterior do animal,
mencionando a posição e o lado sobre que jaz o cadáver,
e os signaes exteriores que o distinguem. Proceda
depois á autópsia do cadáver, conforme o processo que
indiquei na Pathologia geral, mas com a seguinte especialidade,—
faça na parte Superior do esophago duas
ligaduras a distancia de nove a doze linhas uma da outra;
e similhantemente, no principio e no fim dos intestinos
delgados, e juneto ao recto; corte o tubo digestivo n'estes
quatro pontos e entre as duas ligaduras, e separe as tres
porções, esophago e estômago, inteslinos delgados, e gros-
Sos; leve-os depois para cima d'uma mesa para os abrir,
recolhendo num vidro todas as substancias contidas no
esophago e estômago, e até nos grossos intestinos; se
houver suspeita que o envenenamento teve logar por
clyster, observe minuciosamente toda a superfície iriterna
do apparelho digestivo, e depois lave-o em agua
distiflada ou agua da chuva, devendo esta recolher-se no
mesmo vidro, o estômago n'outro vidro, e os intestinos
num terceiro vidro, todos numerados, lacrados, sellados
e rubricados. Se alguma parte dos intestinos estiver
dilacerada, e houver derramamento dos seus contentos
na cavidade abdominal, apanhe todas as substancias sólidas,
e os líquidos por meio de uma esponja, e deite
tudo no vidro em que foram recolhidos os contentos do
estômago.