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particularidades relativas a cada uma das espécies animaes,
e cada uma dellas tenha alimentação em harmonia com
a sua organisação, para que o exercício de todas as
funcções se effeclue regularmente.
Os ruminantes, privados pela mór parle de dentes incisivos
superiores, e tendo a língua coberta de mucosa
espessa e com grandes papillas, comem melhor as hervas
compridas, ainda que grosseiras e lenhosas. A complicada
organização dos seus estômagos favorece a digestão d'estes
alimentos; mas é-Ihes necessário descanso ou trabalho
pouco violento, para effectuarem a ruminação.
Os solipedes, tendo duas arcadas de dentes que se
ajustam exactamente uma sobre a outra, podem melhor
apanhar e cortar as hervas rasleiras e pouco elevadas,
mas ordinariamente mais nutritivas; o que está de accordo
cora o seu pequeno estômago.
A domesticidade tem modificado consideravelmente os
órgãos digestivos: assim o cão e o gato, por natureza
carnívoros, são actualmenle oranivoros, e os herbivoros
podem também tornar-se oranivoros, mas todas estas
transformações se operam com sacrifício da saúde dos
animaes. A alimentação deve subordinar-se ás diflerentes
edades, por isso que a actividade digestiva é maior nu
edade de completo crescimento, e a masticação é incompleta
nas primeiras edades e na velhice.
DISTRIBUIÇÃO DOS ALIMENTOS AOS ANIMAES. A boa
administração dos alimentos é uma condição essencial
para conservar a saúde dos animaes, e para promover
a sua nutrição: uma porção de alimentos muito grande
ou pequeníssima é prejudicial, no primeiro caso por causar
indigestões e outros accidentes já referidos, e no segundo
caso por não satisfazer á fome; por tanto a porção da ração,
administrada por cada vez, deve estar em relação cora
as forças digestivas, e ser suíficiente para saciar o animal.
Na generalidade convém dar menos quantidade de alimentos
por cada vez, e mais vezes no dia; todavia é ne-