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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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3.1 Introdução<br />

<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

O perfil da pobreza para <strong>Moçambique</strong>, apresentado no Capítulo 2, é um instrumento útil<br />

para examinar as características da pobreza no país. As tabelas do perfil da pobreza fornec<strong>em</strong><br />

informação-chave acerca dos correlatos da pobreza e fornec<strong>em</strong> também importantes indicações<br />

para destacar os determinantes da pobreza. Porém, a utilidade dos perfis da pobreza é limitada<br />

porque as comparações bivariadas poderão simplificar erradamente relações complexas. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, quando a educação do chefe do agregado familiar é comparada com o estado de<br />

pobreza, não fica claro se a relação negativa observada é devida à educação, ou é devida a algum<br />

outro factor que possa estar correlacionado com a educação, como a posse da terra. Por esta<br />

razão, as associações típicas bivariadas encontradas no perfil da pobreza poderão induzir <strong>em</strong> erro;<br />

deixam s<strong>em</strong> resposta a pergunta sobre a maneira como uma variável particular afecta a pobreza<br />

condicionada a nível de outros determinantes potenciais da pobreza.<br />

Há contextos <strong>em</strong> que os perfis da pobreza “incondicional” são relevantes para uma<br />

decisão de políticas governamentais, tal como acontece no caso de direccionamento geográfico<br />

ou por grupos alvos, mas com mais frequência os efeitos da pobreza “condicional” são mais úteis<br />

para avaliar as intervenções das políticas propostas. Por outras palavras, o efeito líquido de uma<br />

intervenção política mede-se melhor quando controla outros factores potenciais que afectam a<br />

pobreza. Não é surpreendente, portanto, que certas avaliações recentes de carácter <strong>em</strong>pírico da<br />

pobreza tenham incluído a análise multivariada dos padrões de vida e da pobreza. 1<br />

Embora tenham sido feitos alguns estudos sobre a modelação <strong>em</strong>pírica dos determinantes<br />

2<br />

da pobreza, para <strong>Moçambique</strong>, a nível sub-nacional , tanto quanto se sabe, nunca foi feito<br />

qualquer esforço na modelação, com base <strong>em</strong> dados representativos a nível nacional. Isto deve-se<br />

provavelmente à falta de dados nacionalmente representativos, um obstáculo que foi mitigado<br />

com a conclusão do Inquérito Nacional aos Agregados Familiares sobre as Condições de Vida,<br />

3<br />

ou MIAF, de 1996-97. Neste capítulo, apresentamos os resultados de uma análise sobre os<br />

determinantes da pobreza, baseados nos dados do MIAF.<br />

Este capítulo está organizado da seguinte maneira. A próxima secção descreve a<br />

abordag<strong>em</strong> da modelação dos determinantes da pobreza. A secção 3.3 apresenta o modelo<br />

<strong>em</strong>pírico. Introduz um conjunto de determinantes utilizados na análise e discute uma diversidade<br />

de questões de especificação. A secção 3.4 apresenta os resultados das estimativas do modelos<br />

preferidos de determinantes. Com base nestas estimativas, apresentam-se simulações da pobreza<br />

seleccionadas na secção 3.5, as quais indicam o impacto das intervenções políticas específicas<br />

1 Veja-se, por ex<strong>em</strong>plo, Glewwe (1991), Banco Mundial (1994a, 1994b, 1995a, 1995b, 1995c, 1996a,<br />

1996b), Grootaert (1997), e Dorosh et al. (1998).<br />

2<br />

3<br />

Veja-se a análise para Maputo e Matola, feita por Sahn e del Ninno (1994).<br />

Veja-se o Capítulo 1 para uma descrição deste jogo de dados.<br />

157

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