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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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4.1. Introdução<br />

Poverty and Well-Being in Mozambique: 1996-97<br />

Este relatório t<strong>em</strong> vindo a focar, até este momento, a natureza e os determinantes da<br />

pobreza <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, usando uma medida de pobreza baseada numa avaliação do<br />

consumo dos agregados familiares. Este capítulo volta a sua atenção para outros aspectos<br />

significativos do b<strong>em</strong>-estar: segurança alimentar e nutricão. Sendo o primeiro inquérito<br />

representativo das despesas por agregado familiar a nível nacional, o MIAF proporciona uma<br />

oportunidade única para avaliar até que ponto os moçambicanos têm insegurança alimentar,<br />

isto é, até que ponto estão impossibilitados de obter alimentos suficientes para uma vida<br />

saudável e activa. O MIAF proporciona também informação importante sobre a extensão da<br />

desnutrição infantil no país e a sua localização. A desnutrição das crianças com menos de 5<br />

anos é uma medida-chave das capacidades produtivas e reprodutivas de um país no futuro, e é<br />

ao mesmo t<strong>em</strong>po um indicador, de larga aceitação, do b<strong>em</strong>-estar geral de uma sociedade.<br />

Não nos surpreende que para um país que apenas começa a reconstruir-se, após<br />

décadas de guerra civil e de uma transição recente para uma maior liberalização da economia<br />

de mercado,as condições <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong> não sejam boas. Dez milhões de moçambicanos<br />

viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> agregados familiares s<strong>em</strong> segurança alimentar. Dois milhões destes moçambicanos<br />

viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> zonas urbanas, e a prevalência da falta de segurança alimentar é hoje mais alta nas<br />

zonas urbanas que nas zonas rurais. Além de reduzir a produtividade económica, a fome<br />

causada pela falta de segurança alimentar poderá constituir um factor importante da violência<br />

doméstica, da instabilidade social e da agitação política.<br />

Mais de milhão e meio de crianças moçambicanas têm baixa altura-para-idade (<strong>em</strong><br />

inglês, "low height-for-age, or stunting"), ou seja não têm vindo a crescer adequadamente<br />

através dos anos e a sua altura está "baixo" para sua idade. Quase duzentas e cinquenta mil<br />

delas viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> zonas urbanas. Em média, estas crianças estão impossibilitadas de aprender<br />

ao rítmo das crianças saudaveis, e as crianças do sexo f<strong>em</strong>inino que chegam à idade adulta<br />

têm um maior risco de vir a ter complicações de saúde durante a gravidéz, de morrer e de vir<br />

a dar à luz crianças com baixo peso. Isto, por sua vez, eleva o risco destas crianças para a<br />

doença e para a desnutrição. Mais de 200.000 crianças moçambicanas têm um peso inferior<br />

ao que seria normal para a sua altura, o seja têm baixo peso - para-altura (<strong>em</strong> inglês, "low<br />

weight-for-height, or wasting"). Estas crianças têm probabilidades muito mais altas de<br />

adoecer e de morrer antes das crianças b<strong>em</strong> nutridas. Embora a maior parte destas crianças<br />

viva <strong>em</strong> zonas rurais, a prevalência do baixo peso-para-altura é mais alta nas zonas urbanas.<br />

Este capítulo mostra a variação na prevalência da segurança alimentar e nutricão e as<br />

condições que as causam através do país. Por ex<strong>em</strong>plo, a pobreza é mais baixa nas cidades<br />

que nas zonas rurais. O clima e o solo são mais apropriadas para a agricultura no norte que no<br />

sul. Os centros de saúde são mais comuns nas grandes cidades, tais como Maputo, do que nas<br />

outras capitais de província.<br />

Estas diferenças acentuam o facto de que a segurança alimentar e nutricional<br />

depender<strong>em</strong> de factores locais e regionais, além das políticas macro-económicas a nível<br />

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