Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 1996-97
para as aréas rurais assim como para as urbanas a educação do adulto é um dos factores de
maior influência na decisão quanto á escolaridade da criança. Porém, existem diferenças
quantitativas que dependem do tipo de decisão analisada. Por exemplo, a decisão básica de
mandar a criança a escola primária é significativamente influenciada pela alfabetização e pelo
maior nível de educação atinguido pelos membros adultos do AF. Contudo, a decisão de mantê-
la na escola, uma vez matrículada, e a sua eficiência subsequente depende criticamente dos
níveis mais altos dos adultos e não da alfabetização. Portanto, apesar do factor ter membros
adultos do AF letrados ser um dos determinantes de grande importancia no envio da criança a
escola, isto não é suficiente para mantê-la lá e nem para a sua progressão dentro do sistema de
educação.
O genéro e rendimento também desempenham papeis interessantes e importantes nas
decisões escolares dos AFs. Portanto, em relação as aréas rurais, constatou-se que o rendimento
não tem tanto impacto como o genéro -- há maiores probabilidades de mandar os rapazes a
escola e uma vez lá, existe maior probabilidade de continuarem os estudos por muito tempo.
Porém, nas aréas urbanas, as diferenças a nível de genéro não são significantes. O factor crucial,
nesta aréas, depois da educação do adulto, é o bem-estar do AF--os AFs mais ricos tem mais
probabildade de mandar as suas crianças á escola, e muito mais probabilidade de mante-las lá.
As implicações principais dos resultados em termos de políticas para a educação
correspondem aos potenciais benefícios económicos e sociais da educação da mulher nas aréas
rurais. A educação da mulher nestas aréas não só traz benefícios para o AF em termos de
maiores níveis de consumo mas também tráz grandes benefícios para a sociedade em termos de
saúde infantil, o estado nutricional e a escolaridade da criança. Análises feitas sobre as escolhas
de escolaridade em aréas rurais mostram que as meninas continuam a receber menos educação
do que os rapazes. Uma intervenção política e de caractér imediato que pode trazer grandes
benefícios futuros é a planificação de estratégias que aumentem os ingressos e a retenção das
meninas na escola primária. Uma campanha de alfabetização direccionada para os indivíduos
jovens e adultos do sexo femenino também sería benéfico.
A importancia do rendimento do AF na determinação de enviar a criança a escola
primária nas aréas urbanas é também uma preocupação política e merece especial atenção. Este
resultado será conduzido pelo custo oportunidade do tempo da jovem criança, especialmente
depois dos 9 anos de idade, e será relacionada com a pobreza. Nas aréas urbanas, as políticas
devem ser direccionadas para a redução dos indíces de desistências dessas crianças de 9 anos
para cima, através de intervenções que diminuem o constrangimento monetário dos AFs. Alguns
exemplos para estes casos seriam programas de lanches escolares, propinas gratuitas e não uso
de uniformes ou o seu fornecimento gratuíto.
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