Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 1996-97
Apêndice B: Estimação do valor de uso dos bens duráveis
A metodologia para a estimação do valor de uso dos bens duráveis está descrita na
secção 1.5.2.3. Neste Apêndice, detalha-se como esta metodologia é operacionalizada com os
dados disponíveis do MIAF e outras fontes.
Os agregados familiares foram questionados sobre a sua posse de 16 bens duráveis que
estão listados na secção 11 do questionário do MIAF. Exemplos de bens duráveis incluem
mobiliário, viaturas, bicicletas e outros artigos domésticos, tais como ferros de engomar,
ventoinhas, rádios e televisores. O inquérito perguntou sobre a quantidade e a condição (se
estava em “boa” condição ou não) de cada bem, mas não sobre o seu valor. Foi, portanto,
necessário estimar o valor destes bens duráveis no período do inquérito (Fevereiro de 1996 a
Abril de 1997). De modo a obter este valor, foi feito um inquérito modesto de mercado na
cidade de Maputo, o qual recolheu informação sobre preços de mercado destes bens em
Setembro de 1996 (período intermédio do inquérito).
A primeira fonte de dados de preços foi o mercado informal da cidade de Maputo para
os bens usados. Para os casos em que não foi possível obter preços de bens usados, foi
utilizado o valor de bens novos no mercado formal. Para os casos onde o valor dos bens em
Setembro de 1996 foi difícil de obter, foi utilizado o valor corrente do período do inquérito de
mercado, isto é , Outubro de 1997. Os preços de bens novos foram convertidos a bens usados
equivalentes, assumindo que o valor de um bem usado era dois terços do valor do bem novo
equivalente.
Os preços correntes no período do inquérito de mercado (Outubro de 1997), foi
deflaccionado para o período intermédio do inquérito (Setembro de 1996), usando o
componente de bens duráveis do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) compilado pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE). Foi aplicado um deflactor de 0,89 para converter preços
de Outubro de 1997 para preços de Setembro de 1996. Os valores obtidos estão na Tabela B1.
Recorde-se que o questionário identificou a quantidade total de um bem durável
particular que o agregado familiar possuía e a quantidade dos bens em boas condições,
presumindo-se que os restantes estavam em más condições. No cálculo do valor corrente dos
bens duráveis, foi considerado que o valor dos bens em más condições era metade do valor dos
bens em boas condições.
O passo seguinte foi a estimação das taxas de depreciação para os bens duráveis com
base no seu tempo de vida útil, tendo em conta que os agregados que reportam posse de bens
duráveis vem usando estes bens há já um tempo considerável. A estimação do tempo de vida
foi feita na base de uma consulta informal com diversos membros da equipa do Departamento
de População e Desenvolvimento Social, e as estimativas estão ilustradas na última coluna da
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